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Colunista Brunno Suênio
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Polícia Civil do Piauí indicia servidor do Detran e mais quatro pessoas por organização criminosa

Indiciamento foi assinado pelo delegado Ferdinando Martins, do Departamento de Combate à Corrupção.

A Polícia Civil do Piauí indiciou um servidor público do Departamento de Trânsito do Piauí (Detran-PI), identificado como Francisco Carlos Nunes Teixeira, a despachante Maria Ovete de Andrade Monteiro e mais três pessoas identificados como Osmar Muniz Monteiro Neto, Mário de Sousa Silva e Márcio de Sousa Silva, todos acusados de integrar uma organização criminosa que realizava fraudes em documentos para efetuar emplacamentos, transferências de veículos e outras práticas delitivas. O indiciamento foi assinado nessa segunda-feira (15) pelo delegado Ferdinando Martins, do Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR).

O caso começou a ser investigado em maio de 2021, a partir de inquérito instaurado pelo 13º Distrito Policial, sob titularidade do delegado Odilo Sena. Na ocasião, a polícia foi acionada pelo Detran, que constatou irregularidades em dois processos de emplacamento protocolados em 2020 pela despachante Maria Ovete Monteiro.

Foto: Lucas Dias/GP1Alvo fica localizado no Detran
Detran-PI

A Coluna apurou que as notas fiscais dos dois veículos, que estavam em nome de Fabíola Martins Sampaio e Alberon dos Santos Araújo, eram falsas. O fato foi confirmado após o verdadeiro proprietário de um dos automóveis, que é da cidade de São Paulo (SP), perceber que seu veículo novo, estranhamente, já havia sido emplacado no Detran do Piauí.

Logo após a abertura do inquérito no 13º DP, o Detran-PI encaminhou outro processo de primeiro emplacamento supostamente fraudulento, também autuado pela despachante Maria Ovete. A nota fiscal desse veículo estava em nome de Eloir Martins Vaz.

Os investigadores concluíram que Fabíola Martins Sampaio, Alberon dos Santos Araújo e Eloir Martins Vaz também foram vítimas, tendo seus nomes utilizados indevidamente nas notas fiscais dos veículos.

No decorrer das investigações, a Polícia Civil verificou que se tratava de uma organização criminosa ampla, com estrutura complexa. As diligências culminaram na Operação Hidra de Lerna, deflagrada em 30 de junho de 2022 e que teve ampla cobertura pelo GP1.

Como atuavam os indiciados

Conforme apurado pela Coluna, a despachante Maria Ovete praticava os atos ilícitos a pedido de um homem identificado como Wallace Fernandes, em troca de pagamento. Ele atuava com apoio de mais duas pessoas, identificadas como Gilvargio e Bruno Arcanjo.

Ainda segundo informações obtidas pela Coluna, Osmar Muniz Monteiro Neto, filho de Maria Ovete, recebia as documentações falsas de Wallace Fernandes e entregava a mãe, que, por sua vez, comprava decalques de chassis do Detran-PI através dos irmãos Márcio Silva e Mário Silva, falsos despachantes.

Por fim, a Coluna apurou que Francisco Carlos Nunes Teixeira, mais conhecido como Chicão, se valia do cargo de chefe do setor de vistoria do Detran-PI para facilitar as fraudes, por meio de recebimento de propina.

Indiciamento

Diante dos fatos, o delegado Ferdinando Martins indiciou Francisco Carlos Nunes Teixeira, Maria Ovete de Andrade Monteiro, Osmar Muniz Monteiro Neto, Mário de Sousa Silva e Márcio de Sousa Silva pela prática de integrar organização criminosa.

Além disso, de acordo com informações obtidas pela Coluna, cada um dos acusados teve a conduta individualizada, também sendo indiciados pelos seguintes crimes: Francisco Carlos Nunes Teixeira por peculato e concussão; Maria Ovete e Osmar Neto por uso de documento falso e Mário de Sousa e Márcio de Sousa por peculato.

A Coluna também apurou que o delegado Ferdinando Martins pediu o sequestro dos veículos emplacados irregularmente por meio do esquema fraudulento.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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