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W.Dias e a difícil tarefa que teve para escolher seu sucessor


Antes das convenções estaduais para decidirem as coligações entre partidos políticos, houve uma enorme confusão devido ao fato do então governador W. Dias não ter se posicionado sobre quem seria o seu candidato a sucessão. Na época eram esses os nomes que concorriam paralelamente para a escolha do chefe de Estado: Wilson Martins (vice-governador - PSB), J.V.C (PTB) , Antonio Neto/ Antonio Medeiros (PT) e Marcelo Castro (PMDB).

W. Dias se manteve calado por muito tempo sobre quem seria o seu sucessor. Disse na mídia que ficaria até o fim do seu mandato, para não ter que fazer a difícil escolha de “Sofia.Mas o problema seria que, se ficasse até o fim como governador, perderia a chance de se candidatar a senador. Se saísse do governo e não apoiasse Wilson Martins, o PT ficaria em maus lençóis, pois ao renunciar, Wilsão assumiria a cadeira principal do Karnak e fecharia as portas ao Partido dos Trabalhadores.

A cabeça de W.Dias estava girando a mil, pois não poderia deixar com que o PT perdesse seu “status quo” frente ao poder estadual, mas também não poderia trair JVC, ao qual foi parceiro de campanha no passado,e que segundo alguns analistas políticos, tinha apalavrado apoio ao senador quando saísse do governo. Para piorar a situação, se não escolhesse alguém do PT, como no caso Antonio Neto, o partido ficaria sem nenhuma representatividade no executivo estadual.

W. Dias chegou a visitar várias cidades do Piauí com Antonio Neto a tiracolo, mas o nome não agradou a muitos, inclusive do próprio partido e a cúpula do PT tratou de trocar os Antonios. Saiu o Neto e entrava o José.

Com A.J.M, W. Dias chegou até a ensaiar que o seu desejo era que o continuísmo do seu governo ficasse a cargo do seu Partido. Fato esse que desagradou o PSB, PTB, PMDB. Tudo levava a crer que Dias ficaria até o final. Não o fez, pois ser senador era bem melhor do que voltar a ser bancário.

Depois de enormes pressões por parte de Wilson Martins, que disse que seria candidato à toda custa e de J.V.C que disse o mesmo, misturado com o desejo de ser um dia senador da República com o apoio do governo, W.Dias faz finalmente sua escolha: Wilson Martins (PSB) seria o candidato a governador apoiado por ele.

Após sua decisão, vieram reclamações dos não escolhidos. Alguns membros do PT se revoltaram e cogitaram candidatura própria, tendo A.J.M como o candidato. Outros membros da cúpula petista apoiaram a decisão de W.Dias, entre eles o presidente do partido, Fabio Novo. A deputada Flora Isabel chegou ao cúmulo de dizer que Wellington era maior que o próprio PT.

Quem também não gostou nada da escolha, foi o PTB, comandado por J.V.C, que chegou a tornar público o “acordo” entre ele e W. Dias em relação à sucessão. Fato esse negado pelo nosso índio piauiense.

O PMDB ficou na dele. Estava como uma solteirona esperando o príncipe que tivesse a melhor cantada, para assim poder se comprometer. E foram muitos os convites: PSDB, PTB, PSB e PT. Mas como o PMDB nunca fez esforço nenhum para ser oposição, resolveu ficar do lado de quem detinha o poder nas mãos. Escolheu o PSB.

Mas as confusões não acabaram por aí. O PT estava dividido, tendo como cabeças dessa revolta os deputados Nazareno Fontelles e A.J.M. A idéia dos revoltosos era lançar candidatura própria, não importando o que W.Dias queria. Se essa candidatura própria vingasse, as coisas se complicariam para a candidatura de W.D ao senado, pois ele, em tese, não poderia ter o apoio de Wilsão, que com certeza já teria outro nome para pedir votos para senador. Envolto em maus lençóis novamente, a estratégia agora seria acalmar os ânimos de Fontelles e Medeiros. Com muita conversa e paciência, os revoltosos pediram as duas vagas para o senado e mais a vice de governador. Resumindo, queria quase tudo.

Quando esse pedido veio a público, quem aí não gostou foi o PMDB. Themístocles Filho foi um que se posicionou totalmente contra, pois se fosse assim, o que sobraria ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro? Mais conversa rolaram, e depois de muita insistência, os rebeldes petistas se conformaram com as duas vagas para o senado composta por W.D e A.J.M, ficando a vice para o PMDB.

O nome citado para ser vice-governador de Wilsão foi de Themístocles Filho. Nome esse que causou mais uma confusão, pois A.J.M foi totalmente contra, devido ao fato do deputado esperantinense ter sido contra os desejos dos rebeldes petistas em relação ao senado e a vice. Atualmente Themístocles declarou apoio ao candidato ao senado Ciro Nogueira (PP) em detrimento a A.J.M, embora os dois sejam da mesma coligação e Ciro não. Para não criar mais polêmica, acabaram escolhendo Zé Filho (PMDB).

Com tudo decidido e sacramentado, Wilsão, em campanha, prega o continuísmo do legado deixado por W. Dias. O único receio é de que esse continuísmo não seja o cemitério de obras inacabadas, os escândalos de corrupção que continuam impunes e nem o endividamento ainda mais do Piauí, herança herdada pelo atual governador.

*Carlos Magno Filho

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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