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Juiz não pode julgar pensando em consequência política, diz Moro

Responsável pelos processos da operação Lava Jato na primeira instância, Moro participou de um evento organizado por brasileiros que estudam em universidades britânicas.

Durante uma conferência nesse sábado (13), em Londres, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato na primeira instância, afirmou que juízes não podem julgar pensando na consequência política que a decisão irá gerar.

Em apresentação no Brazil Forum UK, evento organizado por brasileiros que estudam em universidades britânicas, Moro foi questionado sobre a exposição de juízes na mídia e respondeu: "não creio que isso gera um grande problema, desde que não invadam política partidária".

Em seguida, Moro falou sobre casos envolvendo corrupção de agentes políticos. "Quando se condena, por exemplo, um ex-político de envergadura, alguém que teve um papel, às vezes, até respeitável dentro da conjuntura política do país, isso vai gerar reflexos dentro da vida partidária. [...] O juiz não pode julgar pensando nisso, o juiz tem que cumprir seu dever e julgar segundo as leis e as provas", afirmou.

"Se o juiz for julgar pensando na consequência política, ele não está fazendo seu papel de juiz", enfatizou Moro. "Muitas vezes tem essa confusão de que julgamentos são políticos, quando na verdade não são", completou o juiz, sob vaias e aplausos da plateia.

  • Foto: José Carlos Daves/Futura Press/Estadão ConteúdoSergio MoroSergio Moro

Prisões preventivas

No fórum, Moro falou também sobre as prisões preventivas. Segundo o magistrado, essas ações aplicadas por ele na operação Lava Jato visaram deter uma "corrupção sistêmica e serial". As decisões, segundo ele, também obedeceram a uma aplicação "ortodoxa" da lei.

"Esse tema da prisão preventiva tem sido polêmico. O que tenho falado nas minhas decisões é que não defendo nada diferente da aplicação ortodoxa da lei penal", afirmou o juiz.

De acordo com o G1, Moro participou do debate "Reequilibrando os poderes: o papel do Judiciário na democracia brasileira”. O juiz falou por cerca de 15 minutos. Quando foi chamado pela organização para discursar, ouviu aplausos e algumas vaias.

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