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Contador do filho de Lula admite trabalho para traficante do PCC

Além de trabalhar com Lulinha, João Muniz Leite também prestou serviços para o presidente.

O contador do filho do presidente Lula, João Muniz Leite, afirmou durante depoimento à Polícia Civil de São Paulo nesta terça-feira (20) que trabalhou por cinco anos para um dos principais traficantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). As informações foram publicadas pelo jornal Estadão.

João Muniz foi contador de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, e chegou a ser ouvido durante a Operação Lava Jato pelo envolvimento direto de Muniz com o presidente Lula. Isso ligado ao fato de que o profissional admitiu ter realizado a declaração de Imposto de Renda de Lula entre 2011 e 2015.

Foto: Reprodução/FacebookJoão Muniz Leite, contador do filho de Lula
João Muniz Leite, contador do filho de Lula

Com a revelação, o contador acrescenta ao seu currículo o trabalho realizado ao lado do traficante Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido pela alcunha de “Cara Preta”, mas que se apresentava a Muniz como Eduardo Camargo de Oliveira. Ele consultava o contador sobre compras de empresas, no intuito de lavar dinheiro para o narcotráfico.

Durante o depoimento, o contador do filho de Lula também afirmou que não sabia que o cliente era envolvido em atividades criminosas. “Cara Preta” foi assassinado em 27 de dezembro de 2021. Uma decisão da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro da Justiça de São Paulo, determinou o bloqueio de R$ 45 milhões em imóveis do PCC e do contador.

A decisão abrangeu Muniz pela suspeita de que ele utilizada o dinheiro do narcotráfico para fazer apostas em loterias, oportunidade em que teria ganhado 250 vezes, com prêmios que ultrapassam R$ 20 milhões. Com o dinheiro ganho na loteria, o contador teria comprado duas casas para funcionárias do seu escritório, três apartamentos, ajudado familiares, e ter pago dívidas que, somadas, totalizam R$ 6 milhões.

Trabalho com Lula

João Muniz Leite inicialmente trabalhava no escritório de advocacia e duas firmas de administração de imóveis do compadre de Lula, Roberto Teixeira, e passou a prestar serviços à família do presidente através dessa conexão. Ele chegou a ser ouvido na Lava Jato sobre a falsificação de recibos do imóvel em São Bernardo do Campo, localizado ao lado de uma das propriedades de Lula.

Durante aproximadamente três anos, Lulinha teria colocado uma de suas empresas, a G$ Entretenimento e Tecnologia Digital Ltda., no mesmo endereço do escritório do contador. Atualmente, a defesa do filho de Lula atestou que as investigações contra Muniz não o atingem, enquanto o Palácio do Planalto afirmou que não existem laços entre o presidente e o contador, além do serviço prestado para declaração de Imposto de Renda em poucas vezes.

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