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Eleições 2022

Debate da Band marca primeiro confronto direto entre Lula e Bolsonaro

O primeiro debate entre os candidatos à Presidência foi realizado na noite deste domingo (28).

O debate realizado na noite deste domingo (28), pela TV Bandeirantes, foi marcado por acusações entre os candidatos à Presidência da República e pelo primeiro confronto direto entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), primeiros colocados nas pesquisas eleitorais.

Além de Lula e Bolsonaro, o debate contou com as presenças dos candidatos Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (PMDB), Felipe D’Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil).

Foto: Reprodução/Tv BandDebate da Band
Debate da Band

O encontro foi mediado pelos jornalistas Adriana Araújo e Eduardo Oinegue, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, nos dois primeiros blocos. No último, a mediação foi feita pelo diretor de Jornalismo da TV Cultura, Leão Serva, e pela jornalista Fabíola Cidral, do portal UOL.

Primeiro bloco

No primeiro bloco, todos os presidenciáveis tiveram um minuto e meio para responder perguntas programáticas. Foi realizado um questionamento para cada dois candidatos. As respostas acompanharam a ordem de posicionamento no estúdio, conforme sorteio prévio. Em seguida, houve o primeiro confronto direto. Também por ordem de sorteio, cada um escolheu quem iria responder e teve um minuto para fazer a pergunta.

A primeira questão entre os presidenciáveis foi o embate mais esperado, entre Jair Bolsonaro e Lula. Bolsonaro questionou Lula sobre a corrupção na Petrobras.

O petista se esquivou da pergunta e listou as iniciativas do seu governo para investigar casos de corrupção. "Aqui é importante a gente citar o seguinte: não teve nenhum Presidente da República que fez mais investigação para que a gente apurasse a corrupção do que nós fizemos. E é importante deixar claro que nós fizemos o Portal da Transparência, a fiscalização da CGU, a lei de acesso à informação, a lei anticorrupção, a lei contra crime organizado, a lei contra lavagem de dinheiro, colocamos AGU no combate à corrupção, fizemos o Coaf funcionar e movimentações bancárias atípicas. Ou seja, colocamos? Então, tudo que foi eu que nós fizemos no nosso governo", disse Lula.

Em seguida, Bolsonaro disse que o governo do petista foi o mais corrupto da história e ficou marcado por esse ponto. "O seu governo foi marcado pela cleptocracia, ou seja, um governo feito à base de roubo; e essa roubalheira era para conseguir apoio dentro do Parlamento, não era apenas para o ex-presidente Lula. Era para ele também conseguir apoio dentro do Parlamento. Assim sendo, nada justifica essa resposta mentirosa que você deu nessa questão. Sim, o seu governo foi o governo mais corrupto da história do Brasil", explanou Bolsonaro.

O petista, então, desviou novamente do tema e lembrou feitos da própria gestão, em especial em relação ao emprego e à educação. "O Presidente precisava saber que o meu governo é marcado pela maior política de inclusão social, pela maior geração de emprego, pelo maior aumento de salário-mínimo, pelo maior investimento na agricultura familiar, pelo maior investimento na criação da Lei Geral da Pequena Empresa, pela criação do Simples, ou seja, o nosso governo, além disso, foi o governo que mais fez investimentos na educação. São 18 universidades federais novas, 178 camps e 422 escolas técnicas, que fizeram uma revolução nesse país. O meu governo deveria ser conhecido exatamente por isso, porque quando eu cheguei à Presidência, acho que tinha 3,5 milhões de estudantes universitários; quando saí da Presidência", destacou Lula.

Segundo bloco

No segundo bloco, os jornalistas perguntaram para os candidatos e escolheram quem comentaria. Houve ainda um minuto para a pergunta e um minuto para o comentário. O candidato que respondeu teve ainda quatro minutos para dividir como quiser entre resposta e réplica. Todos responderam e todos comentaram.

Já no início, Bolsonaro foi questionado sobre a origem da verba para manter o valor do Auxílio Brasil, com seu principal rival Lula comentando a pergunta.

Os dois candidatos não souberam dizer de onde viriam as verbas para bancar o benefício social, mas voltaram a trocar farpas. "Vamos conseguir isso não roubando", afirmou Bolsonaro. "Há uma mentira no ar", retrucou Lula.

"Nós vamos manter esse valor a partir do ano que vem. Logicamente, esse auxílio se aproxima do mínimo necessário para pessoa sobreviver, sair da linha da pobreza de forma mais concreta. Onde retirar dinheiro? Tenho acertado com a equipe econômica e conversado, dentro da responsabilidade fiscal. Quando, por exemplo, no ano passado passamos para 400 reais, ninguém acreditava. Nós conseguimos renegociar os precatórios, contra o voto do PT na Câmara, que para o PT, quanto pior estiver o povo, mais pobre, melhor é para eles fazerem política em cima disso", afirmou o candidato do PL.

"É importante lembrar que a manutenção dos 600 reais não está na LDO, que foi mandada para o Congresso Nacional. Ou seja, significa que existe uma mentira no ar. Não está na LDO a manutenção de 600 reais. A segunda coisa que é inverdade, é que o PT, já faz dois anos que o PT tem reivindicado os 600 reais no Bolsa Família, a bancada do PT votou favorável, porque a bancada do PT acha que o povo tem que receber efetivamente esse auxílio, mas é preciso que a gente faça essa política concomitante com a política de crescimento econômico, com a política de geração de emprego, de geração de oportunidade das pessoas. Coisa que não está pensado em nenhum momento", devolveu o candidato do PT.

Terceiro bloco

Foi realizado um novo confronto direto entre os candidatos. Cada candidato teve um minuto para a pergunta, um para a réplica e quatro minutos administrados entre resposta e tréplica. Na sequência, houve mais uma série de perguntas programáticas para todos os candidatos, com um minuto para a resposta. Logo depois foi realizada uma pergunta para cada dois candidatos.

O terceiro e último bloco foi marcado pela troca de farpas entre Ciro Gomes e Bolsonaro. O presidente da República se dirigiu a Ciro e afirmou que queria falar sobre mulheres. Ele citou medidas do seu governo e questionou sobre a opinião do pedetista.

Ciro Gomes então disse que Bolsonaro não respeitava a questão feminina. "O senhor, aparentemente, não percebe ou não dá valor, a essa questão feminina. Assistimos aqui a jornalista Vera Magalhães, que tantas vezes me criticou, é uma amiga que quero bem e, às vezes, respondo com certa dureza", e lembrou da frase do presidente de que a filha, Laura, foi uma "fraquejada".

Bolsonaro pediu desculpas pela fala da fraquejada e relembrou a fala de Ciro Gomes sobre Patrícia Poeta, quando eram casados. Na época, o pedetista afirmou que o principal papel da atriz era dormir com ele. Ciro chamou a fala de "gracinha" e classificou o erro como grave. "Eu vim de uma cultura machista e aprendi. Você que não aprende nunca”, respondeu Ciro Gomes.

Jair Bolsonaro então ressaltou a criação do Auxílio Emergencial e o Auxílio Brasil para reafirmar o compromisso que tem com as mulheres do Brasil.

Considerações finais

Por fim, cada candidato teve dois minutos para fazer suas considerações finais. Ciro Gomes foi o primeiro a falar e pediu uma oportunidade de ser presidente. "Quero um lugar na história", pediu o pedetista.

Em seguida, Lula defendeu a ex-presidente Dilma Rousseff, afirmando que sua colega de partido foi vítima de um golpe. "Aqui se fala do Governo da Dilma, mas ninguém falou do golpe que a Dilma sofreu em 2016. Esse país vai fazer um julgamento histórico da presidenta Dilma", destacou Lula.

Bolsonaro falou sobre os seus princípios: Deus, pátria, família e liberdade; e chamou Lula de ex-presidiário. "Quem o ex-presidiário apoiou no passado? Apoiou Chaves, apoiou Maduro", disse Bolsonaro.

Depois, Simone Tebet criticou Lula e Bolsonaro pela polarização. "O Brasil é muito maior que Lula e Bolsonaro", afirmou a candidata do MDB.

Soraya Thronike voltou a falar da proposta de imposto único e exaltou a próprio partido, o União Brasil. "O Brasil precisa de paz e de união, precisa de alguém que cuide das pessoas", destacou a candidata do União Brasil.

O último foi Felipe D'Avila, que fez discursos alinhados com o partido, de Estado mínimo e privativações. "O Brasil vai voltar a crescer olhando para frente e tirando o Estado das costas", frisou o candidato.

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