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Coreia do Sul ameaça quebrar pacto militar com a Coreia do Norte

Pyongyang lançou novo míssil, usou aviões de guerra para manobras e disparou tiros de artilharia.

O partido governante sul-coreano ameaçou, nesta sexta-feira, 14, quebrar o pacto de cessação das hostilidades militares firmado em 2018 com Pyongyang, caso o regime realize um novo teste nuclear no âmbito de sua atual escalada de testes de armas. Nas primeiras horas desta sexta-feira, a Coreia do Norte disparou um novo míssil balístico de curto alcance em seu nono lançamento em 20 dias, um teste que foi acompanhado por manobras aéreas e fogo de artilharia ao longo da fronteira intercoreana. O Norte afirma que a ação é em resposta a exercícios de tiro real realizados pelo Sul no dia anterior.

Esses disparos de artilharia vêm “após provocações contínuas nas últimas três semanas” e constituem “uma clara violação do acordo militar de 19 de setembro”, disse o porta-voz do Partido do Poder Popular da Coreia do Sul, Yang Kum-hee. O pacto militar trata-se de uma declaração conjunta assinada em 2018 após a cúpula entre o então presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, que pediu o fim das atividades militares hostis entre os dois países. “Se a Coreia do Norte realizar mais um teste nuclear, devemos considerar seriamente desistir da declaração conjunta sobre a desnuclearização da península e do acordo de 19 de setembro”, disse Yang.

Os serviços de inteligência sul-coreano e norte-americano sustentam que Pyongyang está pronto há vários meses para realizar o teste atômico, que seria o primeiro desde 2017. O porta-voz sul-coreano culpou as políticas de reaproximação usadas pelo governo anterior e sua “falsa demonstração de paz” como parte das razões que intensificaram as provocações de Pyongyang e pediu ao Norte que cesse as hostilidades.

Em resposta aos lançamentos das últimas semanas, incluindo o de um míssil balístico que sobrevoou o território japonês, a Coreia do Sul adotou hoje suas primeiras sanções unilaterais contra Pyongyang em cinco anos. As medidas afetam 15 indivíduos e 16 entidades norte-coreanas ligadas ao programa de desenvolvimento de armas do país e ao comércio de materiais com potencial uso na fabricação de armas.

O presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol também disse que está considerando pedir aos Estados Unidos que realizem uma maior implantação militar na região diante da escalada das tensões e dos sinais de um novo teste nuclear norte-coreano.

Novas tensões

As tensões na península coreana se intensificaram, nesta sexta-feira, 14, com um novo lançamento de um míssil balístico da Coreia do Norte, acompanhado por manobras aéreas com aviões de guerra e fogo de artilharia ao longo da fronteira. O projétil de curto alcance foi lançado na tarde (horário local) desta sexta-feira e percorreu cerca de 700 quilômetros e atingiu um pico de 50 quilômetros, segundo o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, antes de cair no Mar do Japão. Esse é o nono projétil nos últimos 20 dias.

Cerca de quatro horas antes, a força aérea do Sul havia detectado pelo menos 10 aeronaves norte-coreanas em exercícios perto da fronteira, que duraram duas horas, forçando a Coreia do Sul a enviar aviões de combate para uma possível manobra de interceptação. Os militares sul-coreanos disseram que “conduziram uma surtida de emergência com sua força aérea superior, incluindo os caças F-35A”, mas que nenhum confronto foi relatado.

Somado a isso, apenas meia hora após o lançamento do míssil, as tropas norte-coreanas dispararam cerca de 170 tiros de artilharia em áreas marítimas perto da fronteira intercoreana. Os tiros acabaram em águas próximas às fronteiras marítimas leste e oeste que os dois países delimitaram em um acordo militar assinado em 2018, no qual prometeram evitar manobras ou exercícios com fogo real na área.

O exército da Coreia do Norte destacou que as “contramedidas” foram em resposta ao fogo de artilharia sul-coreano anterior que durou cerca de 10 horas. O Ministério da Defesa sul-coreano confirmou que realizou, anteriormente, exercícios de artilharia em um local ao sul da fronteira com a Coreia do Norte, mas enfatizou que os exercícios não violaram um acordo militar de 2018.

Para o Norte, os exercícios militares recentes dos Estados Unidos, da Coreia do Sul e do Japão são como uma ameaça militar. Os aliados, por outro lado, dizem que os exercícios de treinamento são de natureza defensiva. As tensões continuam a aumentar enquanto as negociações nucleares entre Pyongyang e Washington permanecem paralisadas.

No início desta semana, o líder norte-coreano Kim Jong Un supervisionou um teste de mísseis de cruzeiro e prometeu fortalecer o programa de armas nucleares do regime para afastar os inimigos. Kim disse que suas forças nucleares estão totalmente preparadas para uma “guerra real”, segundo a mídia estatal.

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