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Manifestantes tomam as ruas de Paris contra a alta dos preços

Cerca de 140 mil pessoas saíram às ruas contra o aumento do custo de vida e mudanças climáticas.

Milhares de pessoas tomaram as ruas de Paris neste domingo, 16, para protestar contra o aumento do custo de vida, três semanas depois do início de uma greve de refinarias na França que causou problemas de escassez de combustível no país, em um clima tensionado pela inflação. Um novo dia nacional de paralisação está marcado para a terça-feira, 18, no que a imprensa francesa vem descrevendo como um teste de fogo para o governo.

A manifestação de domingo foi convocada por partidos de esquerda, liderados pelo França Insubmissa, apoiado pelos Verdes, Socialistas e Comunistas, e reforçada por centenas de associações que buscam manter a tensão criada pela greve das refinarias da TotalEnergies. “Vamos ter uma semana como não se vê com muita frequência”, disse o líder do França Insubmissa, Jean-Luc Mélénchon no domingo.

De acordo com os organizadores, 140 mil pessoas participaram do ato, enquanto a polícia calculou a multidão em cerca de 30 mil. Alguns manifestantes usavam coletes amarelos, símbolo dos grandes protestos de 2018 que desafiaram o governo de Emmanuel Macron.

Quatro sindicatos convocaram uma assembleia geral, que servirá como indicador da margem de manobra do presidente Emmanuel Macron para aprovar seu decreto para 2023 e sua polêmica reforma da previdência. De acordo com o jornal Le Monde desta segunda-feira, 17, o governo se prepara para “uma semana de fogo”. A paralisação na terça deve afetar os transportes rodoviário e ferroviário, assim como o setor público.

Macron, que foi reeleito em abril, quer aumentar a idade para a aposentadoria, hoje de 62 anos, para equiparar a França com outros países europeus. Sindicatos e partidos de esquerda são frontalmente contrários a essa mudança.

Greve nas refinarias

Os trabalhadores da Esso-ExxonMobil e da TotalEnergies iniciaram uma greve no final de setembro para pedir aumento salarial, em um contexto de inflação (6,2% em setembro, segundo índice harmonizado europeu) e “superlucros” da gigante energética setor.

Embora tenham suspendido a ação após um acordo com a empresa americana, os colaboradores da TotalEnergies retomaram a greve nesta segunda-feira. O movimento afeta quatro refinarias – uma delas fora de serviço por motivos técnicos – e cinco depósitos.

Os grevistas consideram insuficiente o aumento salarial de 7% em 2023, acompanhado de 3.000 a 6.000 euros de bônus (de 2.925 a 5.850 dólares) que a empresa francesa e os sindicatos CFDT e CFE-CGC (representação de 56%) decidiram na sexta-feira, 14. Na manhã desta segunda, ministro da Economia, Bruno Le Maire, subiu o tom, assegurando que “acabou o tempo de negociação” no setor das refinarias.

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