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Pelo menos 146 pessoas morrem em Halloween na Coreia do Sul

Essa já é a maior tragédia em tempos de paz na Coreia do Sul desde que a balsa Sewol afundou em 2014.

Ao menos 146 pessoas morreram e mais de 150 ficaram feridas neste sábado, 29, na Coreia do Sul ao serem esmagadas por uma multidão que avançava em uma rua estreita durante as festividades de Halloween, no bairro de Itaewon, na capital Seul, disseram autoridades. Essa já é a maior tragédia em tempos de paz na Coreia do Sul desde que a balsa Sewol afundou em 2014, matando mais de 300 pessoas.

Choi Seong-beom, chefe do corpo de bombeiros, atualizou os números de mortos e feridos durante uma entrevista coletiva durante a madrugada (esta tarde de Brasília) e disse que o número de mortos ainda pode aumentar já que um número não especificado de feridos está em condições críticas. Mais de 800 trabalhadores de emergência e policiais de todo o país, incluindo todo o pessoal disponível em Seul, foram enviados às ruas para tratar os feridos.

Autoridades acreditam que as pessoas foram esmagadas até a morte depois que uma multidão começou a avançar em um beco estreito perto do Hamilton Hotel, um importante local de festas em Seul, por volta das 22h22 do horário local (10h22 em Brasília).

Segundo o chefe dos bombeiros, 74 dos mortos foram enviados para hospitais enquanto os corpos dos 46 restantes que foram mantidos nas ruas estavam sendo transportados para um ginásio próximo para que os trabalhadores pudessem identificá-los. A maioria das vítimas tinha 20 anos, disseram as autoridades.

As autoridades montaram um centro improvisado de gerenciamento de desastres e uma clínica de primeiros socorros sob várias tendas em frente ao Hamilton Hotel. Quadros brancos foram instalados com informações continuamente atualizadas sobre o número de mortos e os hospitais para onde as pessoas foram enviadas. Uma mesa com uma prancheta e uma caneta foi colocada para a listas de pessoas desaparecidas.

No início da ocorrência, a polícia informou que cerca de 81 pessoas foram relatadas como sofrendo “problemas respiratórios”. A agência de notícias nacional sul-coreana Yonhap informou que cerca de 50 pessoas tiveram paradas cardíacas.

Fotos publicadas pela mídia nacional mostraram cidadãos, policiais e profissionais de emergência realizando ressuscitação cardiopulmonar em pessoas espalhadas na calçada. Imagens de TV e fotos mostraram ambulâncias alinhadas nas ruas em meio a uma forte presença policial e equipes de emergência transportando os feridos em macas.

A polícia, que estava restringindo o tráfego nas áreas próximas para acelerar o transporte dos feridos para hospitais em toda a cidade, também confirmou que dezenas de pessoas estavam recebendo técnicas de ressuscitação nas ruas de Itaewon. O governo metropolitano de Seul emitiu mensagens de texto de emergência pedindo que as pessoas na área voltassem rapidamente para casa.

A mídia local disse que os becos estreitos de Itaewon estavam lotados com até 100.000 pessoas para as festividades de Halloween na noite deste sábado (horário local). No início do dia, grandes protestos bloquearam o tráfego da cidade na área. O incidente levantou questionamentos sobre gerenciamento e planejamento de multidões no evento que vinha sendo divulgado há muito tempo.

Veículos de emergência lutaram para chegar e sair do local, com estradas congestionadas e pedestres se espalhando. Por volta das 22h45 (horário local, 10h45 de Brasília), um veículo de emergência lotado de equipes de resgate ficou em um engarrafamento enquanto tentava chegar à estrada principal onde estavam as vítimas.

O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, ordenou o envio de equipes de primeiros socorros ao local e pediu que os hospitais se preparassem para receber os feridos, indicou a Presidência. Já o prefeito de Seul, Oh Se-hoon, que visitava a Holanda no momento do incidente, estava voltando para a Coreia do Sul, disse seu gabinete.

Uma testemunha disse que o tumulto ocorreu quando uma multidão invadiu um beco estreito. “As pessoas continuaram pressionando e mais pessoas foram esmagadas”, escreveu a testemunha no Twitter. “As pessoas esmagadas sob a multidão estavam chorando e eu pensei que seria esmagado até a morte também, respirando por um buraco e chorando por ajuda”.

“Havia tantas pessoas que não podíamos nos mover”, disse Song Su-yeon, 46, que estava visitando o bairro. “Parecia que eu teria morrido se tivesse caído.”

O bairro de Itaewon é conhecido pelas celebrações de Halloween. Desenvolveu-se como um distrito de bares, boates e lojas que atendiam soldados americanos baseados nas proximidades nas décadas após a Guerra da Coreia. Agora, é um dos bairros mais populares de Seul, conhecido por sua vida noturna, frequentadores jovens, turistas estrangeiros e restaurantes elegantes. O incidente ocorreu em uma das noites mais movimentada do ano na capital sul-coreana.

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