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Liz Truss é eleita primeira-ministra do Reino Unido

Ex-ministra das Relações Internacionais desbancou Rishi Sunak no processo interno realizado pelo Partido.

Ex-ministra das Relações Exteriores de Boris Johnson, Liz Truss foi anunciada nesta segunda-feira, 5, como nova primeira-ministra do Reino Unido. Truss venceu a disputa interna do Partido Conservador, tornando-se a terceira mulher a alcançar o principal cargo político do país.

Liz Truss, de 47 anos, desbancou o ex-ministro das Finanças de Johnson, Rishi Sunak, que liderou a primeira etapa da disputa, quando votaram apenas os deputados do Partido Conservador. Já na fase aberta, em que cerca de 160 mil eleitores conservadores estavam aptos a votar, Truss teve 57,4% dos votos, uma dianteira de mais de 20 mil votos (81.326 a favor de Truss, contra 60.399 para Sunak), que representa a menor margem de um líder conservador.

“Durante essa campanha pela liderança, eu fiz campanha como conservadora e vou governar como uma conservadora”, afirmou Truss em seu discurso de vitória, no Centro Rainha Elizabeth II, em Londres, antes de afirmar que vai trabalhar em um plano para cortar impostos e baratear a energia no país nos próximos dois anos.

Truss também homenageou Boris Johnson, que deve entregar sua carta de demissão oficialmente nesta segunda-feira. “Boris, você conseguiu o Brexit. Você esmagou Jeremy Corbyn (líder trabalhista britânico), você realizou a vacinação e você enfrentou Vladimir Putin. Você é admirado de Kiev a Carlisle”, disse Truss.

A nova premiê deve assumir o cargo na terça-feira, 6, para quando está marcado um encontro com a rainha Elizabeth II no castelo de Balmoral, na Escócia, onde a rainha passa férias de verão - e de onde não deve sair, em função de dificuldades motoras. Nesta segunda, é Boris Johnson que é esperado na Escócia para oficialmente entregar sua carta de demissão.

Pouco depois do discurso de Truss, Boris Johnson parabenizou a ex-chanceler em publicações nas redes sociais. “Parabéns para Liz Truss por sua vitória decisiva. Eu sei que ela tem i plano correto para atacar a crise do custo de vida, para unir nosso partido e continuar o grande trabalho de unir e elevar o nosso país. Agora é o momento para todos os conservadores de apoiarem-na 100 por cento”, escreveu Johnson, que ainda enumerou vitórias de seu governo, como a aprovação do Brexit, a vacinação contra a covid e o apoio à Ucrânia.

O candidato derrotado, Rishi Sunak, também se manifestou nas redes sociais. “Obrigado a todos que votaram em mim nesta campanha. Eu disse ao longo do tempo que os conservadores são uma família. É certo que agora nos unimos pela nova premiê, Liz Truss, enquanto ela conduz o país por tempos difíceis”, escreveu.

As últimas pesquisas de opinião já apontavam um amplo favoritismo de Truss sobre Sunak, na reta final do desgastante processo eleitoral - descrito pela equipe da ex-chanceler como “a entrevista de emprego mais longa da História”. Com a vitória, Truss se torna a terceira mulher a alcançar a principal cadeira da política britânica, após as também conservadoras Margaret Thatcher (1979-1990) e Theresa May (2016-2019).

A campanha transcorreu em meio à turbulência econômica que se acentua rapidamente no país. Contas domésticas de energia estão altas, a inflação atinge dois dígitos, e o Banco da Inglaterra alerta para uma recessão prolongada. Mas nenhum desses fatores alterou a aura de inevitabilidade em torno de Truss.

Os jornais britânicos já especulavam antes do anúncio da vitória a respeito de quem ela nomearia para os gabinetes do governo e quando aprovaria um “orçamento de emergência”. A primeira dúvida é mais fácil de responder do que a segunda. Apesar de passar um mês fazendo campanha, Truss deu poucas pistas a respeito da maneira que pretende enfrentar a crise econômica — que muitos especialistas consideram a mais grave em uma geração.

A preferência entre os conservadores, no entanto, não garante um começo de mandato tranquilo para a premiê. Em uma pesquisa realizada pelo YouGov no final de agosto, 52% dos entrevistados responderam que Truss seria uma primeira-ministra “ruim” ou “péssima” se eleita. 43% afirmaram que não confiam “nada” quando se trata de enfrentar o problema do crescente custo de vida, que domina as notícias há semanas.

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