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Reino Unido nega a Maduro acesso a ouro venezuelano depositado em Londres

Caso voltou à tona após Lula defender que Maduro tem direito a posse do ouro depositado na Inglaterra.

A Venezuela possui, aproximadamente, US$ 2 bilhões em ouro mantidos nos cofres subterrâneos do Reino Unido. Contudo, desde 2018, o Governo Britânico nega o acesso do ditador Nicolás Maduro a esse ouro.

De acordo com o Tribunal de Justiça da Inglaterra, o acesso ao ouro foi negado porque muitos países não reconhecem Nicolás como o atual presidente da Venezuela. A primeira vez que o Reino Unido negou a Nicolás Maduro o acesso ao material foi em 2020. Na ocasião, o STJ britânico reconhecia apenas Juan Guaidó, então presidente da Assembleia Legislativa e líder da oposição, como o mandatário máximo da Venezuela.

Com essa decisão, quem teria autoridade sobre essa reserva de ouro seria o conselho do Banco Central da Venezuela (BCV) designado por Guaidó. No entanto, ele não conseguiu se reeleger como presidente do Legislativo e nem como deputado federal e, desde então, o líder da oposição perdeu apoio.

Visita de Maduro ao Brasil

Nesta semana, o caso voltou à tona com a visita de Maduro à Brasília. Após seu encontro com o venezuelano na segunda (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a legalidade do venezuelano e apoiou o seu direito de posse sobre as 31 barras de ouro.

"Em muitas discussões com meus companheiros europeus eu dizia que não compreendia como um continente que conseguiu exercer a democracia de forma tão plena como a Europa quando construiu a União Europeia poderia aceitar a ideia de que um impostos pudesse ser Presidente da República porque eles não gostavam do presidente eleito", disse Lula sobre Guaidó.

Novo pedido

Sarosh Zaiwalla, advogado representante do conselho do Banco Central da Venezuela (BCV) indicado por Maduro, afirmou à BBC News Brasil que sua equipe ainda mantém a esperança de recuperar os fundos. Segundo ele, não há mais recursos disponíveis para apelar contra as decisões anteriores do Superior Tribunal de Justiça da Inglaterra, mas um segundo processo em andamento no âmbito da justiça comercial ainda está em curso e uma decisão deverá ser anunciada em algumas semanas.

"Apresentamos um recurso baseado no fato de que a situação mudou completamente agora. Não há mais Guaidó como presidente interino e, portanto, todo o caso deve ser julgado novamente", afirmou o advogado.

A expectativa do advogado é que, com a decisão tomada pela corte comercial, o conselho indicado por Maduro possa abrir um novo processo no Superior Tribunal de Justiça para recuperar o ouro. De acordo com Zaiwalla, os fundos pertencem à Venezuela e serão utilizados em projetos em benefício da população venezuelana. "O governo do presidente Maduro já afirmou que está disposto a envolver as Nações Unidas e garantir que o dinheiro seja utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em benefício do povo."

A razão pela qual o ouro da Venezuela está nos cofres da Inglaterra é que Londres é o centro mundial do comércio desse metal precioso, além de o Banco da Inglaterra possuir um dos maiores cofres de ouro do mundo e ter uma tradição histórica em guardar ouro de vários outros países, que consideram essa operação segura.

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