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Teresina - Piauí

Abordagem de policiais termina com pintor baleado em Teresina

A abordagem aconteceu cinco dias antes de outra ação, também de policiais do 5º BPM, que terminou na morte de Emilly Caetano.

No dia 20 de dezembro de 2017, três policiais do 5º Batalhão da Polícia Militar participaram de uma abordagem que resultou com o pintor Gustavo de Oliveira Silva, de 22 anos, baleado nas nádegas. Os policiais foram identificados como sargento Eriberto Pereira, que fez os disparos, e os soldados Olímpio e Allyson.

O caso veio à tona, nesta quarta-feira (03), depois que o inquérito policial contra o pintor foi concluído. A abordagem aconteceu cinco dias antes de outra ação, também de policiais do 5º BPM, que terminou na morte de Emilly Caetano.

O delegado Ademar Canabrava, do 12º Distrito Policial, contou que o pintor estava no posto de combustível quando bateu o carro em uma bomba e saiu logo depois: “Esse inquérito veio da Central de Flagrantes. Esse rapaz estava no posto da Homero e seria um suspeito e aí fugiu. Nessa perseguição da Polícia Militar, entre a Avenida Presidente Kennedy e a João XXIII, a polícia tentou abordar ele, mas o mesmo não parou. Então, os policiais perceberam que ele estava apontando uma arma para a Polícia Militar, então foram dados três disparos para contê-lo. Nesses três disparos, um atingiu ele nas nádegas”, relatou.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Delegado CanabravaDelegado Canabrava

“Quando a polícia o abordou, os policiais disseram que ele estava com uma arma de simulacro debaixo do banco de passageiro, que supostamente seria a que ele estava apontando para a polícia”, explicou.

Na Central de Flagrantes, Gustavo negou que estivesse com a arma. No entanto ele foi autuado em flagrante por dano e resistência. “O Gustavo disse que a arma não era dele e que foi plantada debaixo do banco dele. Já os policiais disseram que atiraram porque perceberam que ele apontava uma arma para a viatura”, disse o delegado.

Ainda de acordo com o delegado, os policiais não foram indiciados: “Nenhum policial foi indiciado. Isso é um caso que vai ser apurado administrativamente pela Polícia Militar. No caso seria a abordagem mal sucedida porque realmente foi, mas o sargento [Eriberto] disse que ele [o pintor] apontou a arma para os policiais e eles atiraram para se defender. Isso foi o que eles disseram”, declarou.

No inquérito há divergências no depoimento de um frentista que inicialmente tinha dito que Gustavo estava com uma arma, mas depois negou: “Um funcionário do posto tinha dito que ele [Gustavo] estava armado, mas depois ele negou”, relatou o delegado.

Gustavo não tinha passagem pela polícia. O inquérito foi concluído e encaminhado à Justiça. O Ministério Público vai decidir se irá denunciar o pintor ou não.

Canabrava também criticou a ação dos policiais: “Na abordagem a pessoa tem que ter cautela. Não pode atirar à toa. Se tem um sequestro, você não sabe se tem uma pessoa no carro, atirar é um risco muito grande. Vai que tem um refém no porta-malas do carro, aí tem um desastre maior, o cara atira e mata o refém. O policial tem que ter bom senso. Se não der para parar, pega a placa do carro”, finalizou.

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