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Coronavírus no Piauí

Bolsa reduz ritmo de perdas e passa a cair 14,5%; dólar diminui alta

Ações e moeda americana sentem os efeitos das inseguranças em relação ao avanço do novo coronavírus; EUA suspenderam voos da Europa para o país.

A Bolsa diminuiu o ritimo de perdas, atingindo 14,5%, recuperando os 70 mil pontos, às 14h29. O dólar também recuou em relação à máxima do dia, mas ainda avança, às 14h29, 2,58%, a R$ 4,84. A moeda americana chegou a ser cotada a R$ 4,76, mínima do dia.

O cenário passou a ficar um pouco menos caótico após o Banco Central americano, Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês), anunciar um programa de injeção de liquidez no mercado americano, de US$ 1 trilhão, entre esta quinta-feira, 12, e sexta-feira, 13. por meio de operações de recompra de títulos. O índice DXY, que mede o dólar ante divisas fortes, desacelerou o ritmo de alta. Às 14h10, o dólar à vista tinha alta de 1,30%, a R$ 4,7835. No mercado futuro, o contrato para abril tinha queda de 0,72%, a R$ 4,7865.

Após B3, Bolsa de Valores de São Paulo, reabrir as negociações, o índice Ibovespa perdeu os 70 mil pontos, atingindo 19% de baixas, às 13h52, aos 68.515,79 pontos. O índice Ibovespa acumulou mais de 15% de queda e paralisou as negociações por duas vezes no dia. A primeira utilização do "circuit breaker", nesta quinta-feira, 12, aconteceu menos de 20 minutos depois do início do pregão, com mais de 11% de queda. Por volta das 11h13, o dispositivo foi acionado pela segunda vez. A primeira pausa durou 30 minutos. A segunda, uma hora.

O dólar desacelerou o ritmo de alta no mercado à vista, registrando mínima em R$ 4,76, e passou a cair no mercado futuro após o anúncio pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de programa de injeção de liquidez no mercado americano, de US$ 1 trilhão entre hoje e amanhã, por meio de operações de recompra de títulos. O índice DXY, que mede o dólar ante divisas fortes, desacelerou o ritmo de alta. Às 14h10, o dólar à vista tinha alta de 1,30%, a R$ 4,7835. No mercado futuro, o contrato para abril tinha queda de 0,72%, a R$ 4,7865.

Agora, caso a variação do Ibovespa atinja oscilação negativa de 20% em relação ao índice de fechamento de quarta, a B3 pode determinar a suspensão da negociação por um período por ela definido. Desde que foi adotado em 1997, o mecanismo de suspensão temporária dos negócios foi acionado 22 vezes. Mas é apenas a quarta vez que a suspensão por uma hora ocorre. Neste mês, a Bolsa de Valores já se desvalorizou 30,86% e, no ano, 37,72%.

Já são mais de 14 mil pontos de baixa no índice. Assim que o segundo "circuit breaker" foi acionado, o principal índice à vista da B3 tinha queda de 15,43%, aos 72.026,68 pontos, caindo mais de 13 mil em relação ao fechamento da véspera. "Nunca vi um pânico assim e que tem como fundamento uma pandemia", diz Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante Ideias de Investimentos.

Após a volta dos negócios, neste início de tarde, as ações ON da Petrobrás caem 23,76%, e as PN, 23,85%. Além do movimento do petróleo e de outras petrolíferas no mercado internacional, as ações da estatal refletem o risco do mercado brasileiro. "Principalmente para o estrangeiro, há um risco grande no Brasil, e ele está vendendo ações que representem esse risco", afirma Alvaro Villa, economista da Messem Investimentos.

O dólar também abriu as negociações nessa quinta-feira, 12, em forte alta. A moeda americana começou o dia cotada a R$ 5,0280, maior valor nominal (sem levar em conta a inflação) desde o início do Plano Real. Para conter a alta, o Banco Central tentou injetar no mercado US$ 3,5 bilhões, mas conseguiu vender apenas US$ 1,6 bilhão. Após essa ação do BC, a moeda americana flutua entre R$ 4,85 e R$ 4,90.

As Bolsas norte-americanas também entraram em "circuit breaker" instantes após a abertura. Por lá, as bolsas foram travadas em queda na faixa de 7,00%, enquanto na B3, o Ibovespa travou ao despencar 11,65%, aos 75.247,25 pontos. Às 10h53, os índices americanos voltaram a operar.

Tudo isso acontece em meio às incertezas para a economia global provocadas pelo avanço do coronavírus e ao temor com os rumos do ajuste fiscal no Brasil, após o Congresso aprovar uma medida que cria um novo gasto de R$ 20 bilhões ao ano para o governo, o mercado financeiro vive mais um dia de perdas. Além disso, o mau humor voltou a se estabelecer entre os investidores depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite de quarta-feira, 11, a suspensão por 30 dias de voos da Europa para o país, exceto os que partirem do Reino Unido, como forma de conter a propagação do Covid-19.

Contexto mundial e local

Todo esse pânico reflete a decisão anunciada ontem pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de considerar o coronavírus uma pandemia. Mais à noite, ainda na quarta, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a suspensão de voos provenientes da Europa aos EUA, visando a diminuir as possibilidades de contágio. Com isso, as Bolsas na Ásia passaram a ter perdas relevantes, fechando em queda generalizada na madrugada desta quinta. Os mercados europeus operam, neste momento, em baixa - também generalizada -, e o petróleo recua mais de 5%, nos dois principais índices - WTI e Brent.

O petróleo ainda causa um caos à parte nas Bolsas no mundo inteiro. Nesta quinta, os preços do petróleo do tipo Brent e WTI caíram mais de 7%. Nesse cenário, a maioria das petroleiras recuou: em Nova York, Chevron Corporation cedeu 8,88% e Exxon Mobil 7,48%, às 12h02 (de Brasília). Em Londres, a BP perdia 10,97% e em Milão, a Eni recuou 8,82%. Empresas do setor de energia também foram afetadas: nas bolsas de NY, a AES Corp teve baixa de 11,58% e a American Eletric Power, de 5,02%.

Papeis de turismo também recuraram nas bolsas de Nova York e da Europa, às 11h29 (de Brasília), a ação da American Airlines recuava 10,02%, enquanto United Airlines cedia 16,40% e Marriott International, 6,99%, em Nova York. Em Londres, EasyJet caía 10,59%, enquanto International Consolidated Airlines Group (IAG) operava em baixa de 10,56%.

No Brasil, além de tudo isso, ainda há o componente local de discordância entre Executivo e Legislativo em relação ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). O Congresso derrubou ontem o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que eleva o limite de renda familiar per capita para concessão do BPC, um auxílio pago a idosos de baixa renda e pessoas com deficiência. No Senado, foram 45 votos pela derrubada do veto a 14 e, na Câmara, 302 a 137. A votação significa uma derrota para o governo, em meio a uma crise entre os dois Poderes na disputa pelo controle do Orçamento. A equipe econômica deve buscar uma saída jurídica para tentar barrar a decisão. O governo estima um impacto de R$ 217 bilhões em uma década com a derrubada do veto, sendo R$ 20 bilhões apenas este ano.

Medida comum nas últimas negociações de dólar no Brasil, o Banco Central realizou leilão no mercado de câmbio de US$ 2,5 bilhões, às 9h15. Inicialmente, seria ofertado R$ 1,5 bilhão. Deste valor, foram vendidos apenas US$ 1,278 bilhão, e há pouco o BC anunciou outra oferta à vista equivalente à diferença não negociada. Já no exterior, o Banco Central Europeu (BCE) divulga decisão de política monetária às 9h45.

ETF de mercados emergente cai

O iShares MSCI Emerging Markets (EEM), fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) de mercados emergentes, que acompanha as principais cotações de Bolsas dos respectivos países considerados para o grupo, negociado em Nova York, opera em forte queda no pré-mercado na manhã desta quinta-feira, seguindo o mau humor generalizado dos mercados financeiros globais. Às 9h10 (de Brasília), o EWZ tinha baixa de 3,79% no pré-mercado, a US$ 36,04.

Juros disparam até 123 pontos

A extrema aversão a risco global fez os juros futuros dispararem até 123 pontos na abertura, atingindo os limites de alta entre os vencimentos para janeiro de 2021 a janeiro 2025, travando os negócios. Há pouco, apenas o DI para janeiro 2021, correlacionada à precificação da taxa Selic, por exemplo, subia menos que o limite de alta. Às 9h19, a taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 estava em 4,99%, na mínima, de 4,21% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2022 disparava para 6,13%, no limite de alta, de 5,03%. O DI para janeiro de 2023 avançava para 7,10%, no limite de alta, de 5,92%. O DI para janeiro de 2025 subia para 8,12%, no limite de alta, de 6,89% no ajuste anterior.

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