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Bolsonaro chega à Índia e diz que 'campo está aberto' a investimentos

A cidade de Nova Délhi está com cartazes e outdoors de boas vindas ao presidente Jair Bolsonaro escritos em português e no idioma local, ao lado do primeiro-ministro Narendra Modo. 

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 24, que o "campo está aberto" para investimentos na Índia. Ele desembarcou na manhã desta sexta-feira, 24, em Nova Délhi para sua primeira viagem oficial ao país. Ele é convidado de honra do Dia da República da Índia, no domingo.

"(O convite) demonstra interesse deles para com o Brasil. Aqui está na casa de 1 bilhão e 200 milhões de habitantes, então por si só você vê que o potencial de comércio com o Brasil é muito grande. Eles têm interesse em nós e nós temos interesse neles".

A cidade de Nova Délhi está com cartazes e outdoors de boas vindas ao presidente Jair Bolsonaro escritos em português e no idioma local, ao lado do primeiro-ministro Narendra Modo.

O presidente também comentou sobre o etanol, um dos principais assuntos a serem discutidos nas reuniões dos próximos dias. "Se eles agregarem mais etanol na gasolina, o açúcar se equilibra no mundo. Então, tem um campo muito largo para a gente negociar aqui na Índia".

Convidado de honra do governo indiano para os festejos da República no domingo, 26, em Nova Déli, Bolsonaro também deverá ir a Agra para conhecer o Taj Mahal, um dos principais pontos turísticos do país.

Antes do embarque, Bolsonaro falou sobre a expectativa para a viagem durante uma rápida entrevista na saída do Palácio da Alvorada. O presidente declarou que o Brasil gostaria de ver a Índia utilizar mais etanol em seus combustíveis.

“É um grande interesse nosso é que eles usem mais etanol no combustível deles, que daí, entre a lei da oferta e da procura, eles produzem menos açúcar e ajuda a equilibrar o mercado”, disse Bolsonaro.

Os compromissos oficiais só começam no sábado, 25, e o desembarque em Brasília está marcado para a terça-feira, 28.

No sábado, Bolsonaro se reúne com os três principais líderes de Estado e governo da Índia. Há previsão de reunião com o primeiro-ministro Modi e com o presidente Kovind, que deve ser acompanhado pelo vice Venkaiah Naidu.

Acordos na Índia

Bolsonaro foi convidado por Modi para acompanhar o Dia da República em novembro do ano passado, quando o primeiro-ministro indiano esteve em Brasília para o encontro de cúpula dos líderes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Na oportunidade, Bolsonaro e Modi tiveram uma reunião no Palácio do Planalto. Bolsonaro apontou o desejo de ampliar a parceria nas áreas de biocombustíveis e ciência e tecnologia, enquanto Modi ressaltou interesse fortalecer parceria no processamento de alimentos e na área agropecuária.

Com a ida de Bolsonaro à Índia e a nova reunião entre os presidentes, há previsão de assinatura de atos entre os dois países, seguida de declaração à imprensa.

Entre as áreas com maior potencial está o agronegócio. Os indianos pretendem direcionar parte da produção de cana – que hoje vira açúcar – para aumentar a porcentagem de álcool na gasolina. Hoje, essa mistura não passa de 7%. O objetivo é chegar a 10%, até 2022, e a 20%, em 2030. A redução da oferta de açúcar teria um impacto nos preços internacionais do produto. Segundo o governo indiano, para atingir a marca, a experiência do Brasil no setor de biocombustíveis é fundamental.

Antes do embarque, Bolsonaro falou sobre a expectativa para a viagem durante uma rápida entrevista na saída do Palácio da Alvorada. O presidente declarou que o Brasil gostaria de ver a Índia utilizar mais etanol em seus combustíveis. “É um grande interesse nosso que eles usem mais etanol no combustível deles, que daí, entre a lei da oferta e da procura, eles produzem menos açúcar e ajudam a equilibrar o mercado”, afirmou o presidente.

Já os indianos, que são referência em tecnologia e inovação, podem oferecer soluções em áreas como análise de big data, inteligência artificial, internet das coisas e segurança cibernética. Hoje, a Índia é o segundo país com mais startups de tecnologia no mundo.

Diplomacia

“Precisamos de um envolvimento mais próximo entre os interessados nessas áreas nos dois países para resolver nossos desafios de desenvolvimento e crescimento”, resume o cônsul.

Outro fator comum importante que une os dois países é a liderança nacionalista de Bolsonaro e Modi. Ambos lideram grupos políticos conservadores, de tons populistas e com fortes elementos econômicos de caráter liberal.

Brasil e Índia compartilham ainda uma reivindicação histórica: uma vaga de membro permanente na eventual ampliação do Conselho de Segurança da ONU – embora o chanceler Ernesto Araújo tenha dito algumas vezes que a vaga “não é mais uma prioridade” do governo brasileiro.

Bolsonaro será o convidado de honra de Modi para a cerimônia de domingo, a principal festa nacional da Índia – apenas Fernando Henrique Cardoso, em 1996, e Luiz Inácio Lula da Silva, em 2004, tiveram o mesmo privilégio. Na prática, o convite simboliza o interesse em reforçar os laços com o Brasil – em edições anteriores das comemorações, o governo indiano convidou aliados históricos, como EUA, França, Japão e África do Sul.

“Quando a Índia faz um convite honorário para qualquer presidente é um símbolo de que queremos uma parceria internacional com esse país. Estamos compartilhando valores”, explica o professor Umesh Mukhi, do Departamento de Administração da FGV-EAESP. A Índia é o segundo maior mercado do mundo e um dos países que cresce a ritmo mais acelerado. Desde 2015, o PIB vem aumentando a um ritmo de 7%.

Comitiva

Um dos atos mais simbólicos será amanhã, na entrega de flores no túmulo do líder pacifista Mahatma Gandhi, decisivo na independência da Índia e uma referência do país de 1,3 bilhão de habitantes. Bolsonaro também deve visitar o Taj Mahal, mausoléu localizado na cidade de Agra, antes de voltar ao Brasil, na segunda-feira.

A agenda do presidente será intensa, inclui encontros com as autoridades indianas e empresários de diferentes setores da economia. Ao seu lado estarão os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Tereza Cristina (Agricultura), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Osmar Terra (Cidadania) e Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional.

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