Fechar
GP1

Saúde

Com crise de suprimentos, Mandetta pede para cidadão fazer máscara de pano

Ministro da Saúde traça cenário de extrema dificuldade para aquisição de insumos básicos de proteção contra o coronavírus.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, traçou um cenário de extrema dificuldade para aquisição de insumos básicos de proteção contra o novo coronavírus e recomendou à população que pare de comprar máscaras descartáveis e faça a sua própria peça de proteção, com pano e elástico. Mandetta também reforçou que o isolamento social, medida criticada pelo presidente Jair Bolsonaro, é o que tem evitado que o Brasil mergulhe em uma “espiral de casos” de contaminação.

A escassez dos chamados Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), que incluem máscaras, luvas e álcool em gel, por exemplo, além da falta de sopradores mecânicos, levou a crise do desabastecimento para dentro dos hospitais de todo o País. “Hoje, nós estamos muito preocupados com a regularização de estoque desses equipamentos”, disse Mandetta, durante divulgação sobre a situação do novo coronavírus, no Palácio do Planalto.

“Se nós não fizermos retenção de dinâmica social, se nós sairmos, nos aglomerarmos, se fizermos movimentos bruscos e relaxarmos nesse grau de contágio, sim, você pode ficar com uma série de problemas em equipamentos de proteção individual, porque nós não estamos conseguindo adquirir de forma regular o nosso estoque”, comentou Mandetta.

Até esta quarta-feira, o Ministério da Saúde registrou 6.836 casos de covid-19 e 240 mortes. Mandetta admite que o número real é maior. Com o aumento da realização de testes, a quantidade de pessoas contaminadas deve crescer rapidamente na próxima semana. "Não é hora de relaxar, não é hora de fraquejar, a hora é de redobrar o cuidado”, disse.

"Já estaríamos em espiral de casos se não estivéssemos em isolamento. Lembrando, o Brasil não fez lockdown (fechamento total), o que fez foi diminuição da circulação. Agora precisa redobrar o esforço, se não vamos ter problema de EPI (equipamentos de proteção individual)", alertou.

Para evitar o travamento dos hospitais, o ministro pediu que a população faça a sua própria máscara e pare de buscar esse tipo de produto. “Quem fez estocagem domiciliar (de máscaras)... é na unidade de saúde que tem que ter. Acho que máscaras de pano para os comunitários (população) funcionam muito bem como barreira. Não é caro de fazer, fazer você mesmo e lave com água sanitária”, disse o ministro.

“Tenha quatro ou cinco máscaras dessas, lave com água sanitária. Agora, é lutar com as armas que a gente tem. Não adianta agora ficar lamentando que a China não está produzindo. Nós vamos ter que criar as nossas armas e serão aquelas que nós tivermos.”

China

O gigante asiático, onde a covid-19 surgiu, é agora o grande destino de todo o planeta, que busca a compra de suprimentos para se proteger da pandemia. “O que o Ministério da Saúde está fazendo é uma grande compra e esperar que a China pacifique o mercado, para que a gente possa ir. Quando o mundo acabar dessa epidemia, eu espero que nunca mais o mundo cometa o desatino de fazer 95% da produção de insumos que decidem a vida das pessoas em um único país”, comentou Mandetta. “Isso é uma das partes das discussões do pós-epidemia. Hoje nós não estamos vivendo a gravidade de um vídeo que pode até não ser tão letal, mas para o sistema de saúde do mundo, esse vírus esta sendo extremamente grave.”

O ministro também criticou a Índia, por ter segurado a exportação de insumos. “A Índia produz 94% dos insumos dos remédios, que são os remédios que a gente toma para pressão, diabetes, outras doenças. Se hoje a gente está super preocupado, correndo atrás de máscara, daqui a 45 ou 60 dias, a gente pode estar correndo atrás da matéria-prima para fazer o medicamente do controle das doenças crônicas.”

O isolamento e os cuidados com a higiene continuam a ser a melhor forma de evitar o contágio. “Só há uma solução nesse momento. O que cada um pode fazer para baixar ao máximo a transmissão é, além de consumir o mínimo possível desses itens, diminuir bem a movimentação social. Todos estão preocupados com o desdobramento do mundo que chegou até aqui. Esse vírus questiona a maneira como a sociedade se organizou até agora, para ter esse estilo de consumo em saúde.”

Testes

Apesar da baixa confiabilidade dos testes rápidos adquiridos pelo Ministério da Saúde e doados por empresas, Mandetta disse que o objetivo maior, com esse recurso, é testar trabalhadores da saúde, entre outros. “Esse teste vai aumentar muito a nossa percepção sobre o vírus. Aí, a gente faz o trato estatístico disso e usa como uma boa ferramenta de auscultar a dinâmica da sociedade”, disse.

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Covid-19: Mandetta estuda recomendar uso de máscara a quem não tem sintomas

Bolsonaro indica que Mandetta continua como ministro da Saúde

Mais conteúdo sobre:

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.