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Economia e Negócios

Com possível saída de Moro, dólar dispara e se aproxima de R$ 5,60

Moeda americana tem variação de quase 40% somente em 2020; cotação já alcançou R$ 5,59; euro também tem forte alta e ultrapassa R$ 6 pela primeira vez.

Com cenário de uma possível saída do ministro da ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, do governo, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, abriu em queda nesta sexta-feira, 24, superior a 1%, perdendo o patamar de 80 mil pontos, voltando à casa dos 78 mil pontos. Já o dólar iniciou as negociações desta sexta-feira, 24, em alta de quase 1%, e, às 9h52, estava cotado a R$ 5,59, mais novo recorde nominal da moeda americana, quando não se desconta a inflação.

Nesta sexta, a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, via decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta e assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e Moro. Na quinta-feira, 23, ao ser comunicado por Bolsonaro sobre a decisão, Moro ameaçou deixar o governo, alegando que não poderia aceitar mudanças na chefia da instituição.

O motivo principal da instabilidade é o de que, de acordo com interlocutores do ministro, Moro entregaria o cargo se não tiver carta-branca para escolher um substituto. A ameaça provocou reações nos três Poderes e a ala militar do governo entrou em campo a fim de encontrar um substituto para Valeixo indicado por Moro e do agrado de Bolsonaro. Entre os cotados estão o atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, e o secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres. A dúvida é se Moro vai ou não permanecer no cargo. A decisão de Bolsonaro ocorre uma semana depois da demissão de Luis Henrique Mandetta como ministro da Saúde.

O câmbio agora se aproxima do patamar de R$ 5,60. Somente em 2020, em meio a todo o caos econômico provocado pela pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19, e, em alguns momentos, por fatores de instabilidade política no País, a moeda americana já possui uma valorização de quase 40%. Para se ter uma ideia, no início de janeiro, o câmbio estava próximo de R$ 4. No começo da semana, cotação estava em R$ 5,28.

Além do dólar, o euro, moeda oficial da União Europeia, também tem crescimento expressivo neste ano. São, desde janeiro, mais de 30% de apreciação frente ao real. No primeiro dia do ano, o valor da moeda do velho continente estava em R$ 4,50. Às 8h49 desta sexta, atingiu seu mais novo recorde nominal, ultrapassando, pela primeira vez, a marca de R$ 6, chegando a R$ 6,04.

Mercados internacionais

Em meio às incertezas em relação ao novo coronavírus, causador da covid-19, principalmente sobre a possibilidade de surgimento de um novo medicamento que seja capaz de tratar a doença de forma eficiente, os mercados internacionais operam em queda generalizada nesta sexta-feira, 24. Esse movimento reverte a posição de ganhos dos últimos dois dias. Na Ásia, os mercados fecharam em queda, e, na Europa, os índices abriram as negociações do dia em baixa.

Há relatos iniciais de que estudos da empresa americana Gilead Sciences com o antiviral remdesivir para tratar o coronavírus fracassaram. Há alguns dias, os mercados tiveram uma alta generalizada por conta da possibilidade de um remédio conseguir combater, segundo relatos iniciais, de maneira efetiva a pandemia. Com essa possibilidade, agora, anulada, ao menos por enquanto, os índices refletem novamente as incertezas do mercado.

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