Raisa Brito
Emílio Odebrecht, patriarca do Grupo Odebrecht, disse durante delação premiada, à Procuradoria-geral da República que procurou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010, para pedir que ele atuasse junto ao governo na aprovação das Medidas Provisórias 470/09 e 472/09.
Segundo Emílio, seu filho, Marcelo Odebrecht, teria solicitado que ele conversasse com Lula por conta de problemas enfrentados com o então ministro de Fazenda, Guido Mantega.
- Foto: Joel Nogueira/Foto Arena/Estadão Conteúdo
Luiz Inácio Lula da Silva
“Fui ao Lula e inclui esse item na agenda, pedindo a ele que procurasse verificar porque o Guido estava botando dificuldades para resolver o assunto. Se estava precisando coragem ou alguma coisa que pudéssemos suprir a ele”, explicou o empresário.
De acordo com Odebrecht, essa conversa foi a única interferência dele junto a Lula no assunto das MPs. Após a conversa, contou o delator, seu filho teria dito que Mantega “deu sequência” ao assunto.
Medidas provisórias
A MP 470/09 versava sobre a permissão para que as empresas exportadoras parcelarem seus débitos decorrentes do aproveitamento indevido do crédito-prêmio do IPI. A MP 472/09 tratava do regime especial de incentivos para o desenvolvimento da indústria petrolífera nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e dedução ou isenção de impostos.
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