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Exonerações de assessores do MEC indicam saída de Weintraub em 2020

Principal assessora de ministro foi exonerada nesta quinta; Weintraub sai de férias nesta sexta e fontes acreditam que não volte ao ministério.

Nomes importantes do Ministério da Educação (MEC) deixaram a pasta nos últimos dias numa indicação, segundo fontes, de que o ministro Abraham Weintraub vai sair do cargo. O próprio Weintraub inicia um período de férias nesta sexta-feira, 13, emendando com os recessos, e muitos acreditam que ele não volta em 2020 ao cargo de ministro de Educação. Na manhã desta quinta-feira, 12, sua principal assessora, a jornalista Priscila Costa e Silva, foi exonerada.

O presidente do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep) do MEC, um dos órgãos mais importantes do MEC, Alexandre Lopes, também não está mais dando expediente desde a semana passada. Ele está sendo substituído em eventos e coletivas por Camilo Mussi, diretor de tratamento e disseminação de informações educacionais do Inep. As informações são de que Lopes também vai emendar férias e recesso de fim de ano.

Na semana passada, dois coordenadores da área de Alfabetização do MEC, Renan Sargiani e Josiane Toledo Silva, também deixaram o MEC. Sargiani era o principal cientista na pasta, com currículo elogiado e especializado na área. Segundo fontes, de perfil técnico, ele teve dificuldades em implementar projetos por disputas internas com alas mais burocráticas e ideológicas. Sargiani foi o responsável pela Política Nacional de Alfabetização, que até hoje não saiu do papel.

Segundo fontes, Weintraub é malvisto tanto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, quanto pelo secretário geral da Presidência, Jorge Antonio de Oliveira Francisco, que avaliam que suas polêmicas são desnecessárias e prejudicam o governo. Na Economia, reclama-se ainda do fato de ele pensar em projetos e sequer comunicar a área econômica, como o Future-se, que previa criação de fundos.

O ministro também não tem apoio de ninguém da área educacional e é conhecido entre reitores como “o ministro da educação que não gosta de educação”. Nesta quarta-feira, 11, em audiência na Câmara, disse mais uma vez que há plantações de maconha em universidades federais.

O deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, também tem pedido nomes para substituir Weintraub no MEC a congressistas. Pela afinidade ideológica com o presidente, no entanto, há possibilidade de que ele continue no governo, em outro órgão. O ministro também pensa em se candidatar nas próximas eleições.

A conhecidos, ele tem dito que sua família é ameaçada e que mulher e filhos vão se mudar para o Canadá. Atualmente, há dois oficiais armados dentro do gabinete do ministro.

Esta semana, deputados aprovaram o relatório final da comissão especial da Câmara que analisou o MEC e identificou paralisia nas atividades. O texto tem 273 páginas e avalia o planejamento e a gestão do ministério como “muito aquém do esperado e insuficientes para dar conta dos desafios educacionais que se apresentam no País”. Um dos argumentos é que ainda não foi apresentado um Planejamento Estratégico para o ano de 2019, e diversas metas do Plano Nacional de Educação (PNE) estão atrasadas.

Procurada, a agora ex-assessora de Abraham, que o acompanhou nesta quarta em audiência na Câmara, disse que o “tempo no MEC foi de muitos aprendizados e grandes realizações”.

“Agradeço a toda a minha equipe pelo empenho e dedicação nesse período que passamos juntos. Ao ministro, em especial, por ter sido um chefe maravilhoso que sempre me deu autonomia e acreditou no meu trabalho. Foi gratificante! Agora é hora de trilhar novos caminhos”, completou Priscila.

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