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Economia e Negócios

Fundos imobiliários batem recorde com melhora do setor no Brasil

Além de resultados positivos no mercado de imóveis, perspectiva de queda dos juros básicos deve animar investidor.

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) atingiram a marca recorde de 1 milhão de cotistas no primeiro semestre de 2019, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). E o cenário político-econômico se mostra fértil para que eles continuem crescendo.

Um dos motivos que ajudam a explicar o desempenho dos fundos imobiliários é a queda dos juros básicos, com a taxa Selic no nível mais baixo da história (6% ao ano) e com perspectiva de novos cortes até o fim do ano.

Além disso, os sinais de retomada do setor imobiliário também têm ajudado no desempenho desses fundos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento acima do esperado, de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, em relação ao trimestre anterior, teve uma grande influência da construção. O setor cresceu 1,9% nesse período, puxado justamente pelo segmento de imóveis.

Atualmente, existem 412 fundos imobiliários em todo o País, que, juntos, acumularam mais de R$ 15 bilhões de captação líquida ao longo deste ano – o que representa um crescimento de 42,85% frente ao volume de R$ 10,5 bilhões registrado de janeiro a agosto de 2018, quando havia 400,2 mil cotistas.

Entre as principais apostas de fundos imobiliários para o mês de setembro, por exemplo, estão o segmento de lajes corporativas (prédios de escritórios) e de fundos logísticos (centros de distribuição e galpões).

O primeiro, pela baixa vacância e o aumento no preço dos aluguéis, que podem levar a ganhos expressivos de renda e capital, especialmente em empreendimentos de alto padrão nas áreas nobres de São Paulo. O segundo, porque tem menor volatilidade, devido ao tempo mais curto de construção, o que ajuda a reduzir os riscos.

Soma-se a isso o fato de que as empresas varejistas têm demandado maior espaço de galpões em áreas estratégicas, por conta da disputa que travam no comércio eletrônico.

“As varejistas estão tentando diminuir o tempo de entrega das mercadorias compradas pela internet. Então, elas têm de usar mais galpões para facilitar as entregas, o que faz com que os fundos dessas categorias subam”, explica Rebeca Nevares, sócia-fundadora da Ella’s Investimentos, consultoria credenciada pela XP Investimentos. “É um movimento da economia que faz com que os fundos imobiliários acabem tendo uma alta constante.”

O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix), indicador que mede a rentabilidade de 92 fundos com maior liquidez ou negociação da Bolsa, acumula alta de 13,04% este ano.

Ainda que o resultado esteja abaixo do Ibovespa (principal indicador de desempenho das ações da Bolsa e que tem valorização acumulada de 17,77% em 2019), o Ifix tem sido menos volátil.

Maiores fundos. Os dois fundos de investimentos imobiliários com maior número de cotistas são de bancos. O primeiro, o Kinea Investimentos, do Itaú Unibanco, tem 103.716 investidores, de acordo com dados da Anbima até agosto. Em segundo lugar, com 103.468 cotistas, está a CSHG Logística, do Credit Suisse. O terceiro, com 85.470, é o Vinci Renda Imobiliária, da empresa especializada em gestão de recursos, patrimônio e em assessoria financeira Vinci Partners.

Segundo análise da XP, com base na sua carteira, o fundo com melhor performance no mês de agosto foi o do segmento de recebíveis, que são atrelados ao Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI). O fundo Iridium Recebíveis Imobiliários teve o desempenho mais alto, com rendimento de 16% ao mês. Além disso, ele teve a melhor performance entre os FIIs listados na Bolsa no mesmo período.

Em segundo lugar, ficou o segmento de ativos logísticos, com destaque para a SDI Logística, com performance de 5%. Em terceiro, ficou a categoria shoppings, cuja melhor performance foi a da Vinci Shoppings, com um resultado de 4,7%.

Os tipos de fundos

Papel

São fundos em que o proprietário de um empreendimento toma crédito para construir. A dívida que ele assume é dividida em cotas (papéis), que são vendidas. Quem compra esse papel terá o recebimento de determinado valor, que pode variar com o tempo, por ser negociado na Bolsa. O investimento pode ser feito por meio de Certificado de Recebimento Imobiliário (CRI), Letra de Crédito Imobiliário (LCI) ou Letra Hipotecária (LH).

Tijolo

Nesses fundos, o investidor se torna dono de uma parte do empreendimento, comprando uma cota de um shopping ou galpão, por exemplo. No caso dos shoppings, quanto maior o aluguel, maior será o rendimento. Nas lajes corporativas, o rendimento se dá pela localização e pela ocupação do imóvel. Já os centros de distribuição e galpões estão atrelados, entre outras coisas, ao e-commerce, que precisa guardar produtos vendidos online.

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