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Piauí

Governo do Piauí e Associação de Pacientes de Fabry inauguram Centro de Atendimento em Curimatá

Iniciativa fica no Hospital Estadual Júlio Borges de Macedo, em Curimatá

No dia 13 de dezembro de 2013, às 11h00, na cidade de Curimatá (PI), sertão do Piauí, será inaugurado o Centro de Atendimento e Tratamento AMJL Vogado Rodrigues, no Hospital Estadual Júlio Borges de Macedo. Iniciativa inédita na região, o centro é resultado de uma parceria público-privada entre o Governo do Estado do Piauí e a Associação Piauiense de Fabry (ASPIF).
Imagem: Thiago AmaralEvento(Imagem:Thiago Amaral)Evento

A cerimônia de inauguração contará com a presença do Secretário de Saúde do Estado do Piauí, Ernani Maia, do Prefeito e da Secretária de Saúde do Município de Curimatá, além de representantes da ASPIF, e da comunidade local, envolvidos com o projeto. Na ocasião será entregue ao Governador e ao Secretário de Saúde do Estado um relatório com especificações de equipamentos para a realização dos exames aos quais os pacientes de Fabry devem se submeter regularmente como parte do tratamento. Essa medida também beneficiaria a população como um todo, poupando quem já está debilitado de desgastes físicos e custos financeiros adicionais.

POR QUE CURIMATÁ?

A escolha da cidade de Curimatá – município de 10 mil habitantes, localizado a 700 quilômetros da capital Teresina – para a construção do Centro de Atendimento e Tratamento AMJL Vogado Rodrigues foi motivada pelo fato de o município concentrar o maior número de pessoas portadoras de Doença de Fabry. Condição crônica, de origem genética, a doença atinge vários órgãos vitais levando a uma maior incidência de, especialmente, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e problemas cardíacos (informações detalhadas sobre a doença em anexo).

A descoberta desse grupo de portadores da Doença de Fabry se deu a partir do trabalho de pesquisa da Dra. Semíramis Jamil Hadad do Monte e do Dr. José Tibúrcio do Monte Neto, médicos da Universidade Federal do Piauí (UFPI), que diagnosticaram o primeiro paciente de Fabry da região.

A DOENÇA DE FABRY

A Doença de Fabry é uma condição genética rara, transmissível somente por hereditariedade, a homens e mulheres. Ela ocorre por consanguinidade – quando membros de uma mesma família têm filhos entre si – e é causada pela deficiência, ou ausência, no organismo da enzima alfa-galactosidase A, responsável pela decomposição de certos lipídeos (gorduras). Devido à falta desta enzima, começa a ocorrer um acúmulo de uma substância gordurosa, especialmente nos vasos sanguíneos, prejudicando o funcionamento de sistemas e órgãos vitais, como rim, coração e cérebro, com consequências graves e, em alguns casos, fatais. No Brasil, até o momento, foram identificados cerca de 220 portadores de Fabry. No mundo, estima-se que existam mais de 25 mil pessoas com a doença.

Por ser uma doença que pode atingir diversos órgãos e sistemas, o diagnóstico é complexo e demorado, pois o paciente pode apresentar sintomas de graus variados, sendo os mais comuns: dor intensa e ardente nas mãos e nos pés, intolerância ao calor, manchas avermelhadas na pele, queixas gastrintestinais, perda auditiva, alterações oculares, disfunção cardiovascular e insuficiência renal. Em homens, é possível fazer um diagnóstico observando-se a redução dos níveis de atividade da enzima alfa-galactosidase A. Em mulheres, o diagnóstico é, geralmente, mais difícil, sendo necessária uma investigação do código genético da paciente.

A doença de Fabry não apenas prejudica a qualidade de vida do paciente, como também reduz substancialmente a expectativa de vida, em ambos os sexos (50 anos para homens e 70 anos para mulheres), aumentando a chance de morte por infarto do coração, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal. A maioria dos pacientes são diagnosticados já na idade adulta, mas, os sintomas começam a aparecer nas idades de 3 a 10 anos (para homens) e 6 a 15 anos (para mulheres).

Embora ainda não tenha cura, a Doença de Fabry tem tratamento: a Terapia de Reposição Enzimática (TRE).

RESULTADOS PRELIMINARES

O Projeto Curimatá já representa um marco na história do município, não apenas para os pacientes de Fabry, mas para toda a comunidade. A partir da implementação desse trabalho, progressivamente a ASPIF vem sendo capacitada a melhorar seu nível de gestão administrativa e financeira, bem como os pacientes vêm apresentando melhoria em sua autoestima. Além disso, há uma nova perspectiva de desenvolvimento de projetos educativos, sociais e de geração de renda que colaborem para uma melhora da qualidade de vida dos pacientes, familiares e membros da comunidade de Curimatá e entorno. Neste sentido, resultado de pesquisa encomendada pela ASPIF e aplicada em 43 pessoas, entre pacientes, cuidadores e moradores da cidade ratifica estas necessidades.

SOBRE A ASSOCIAÇÃO PIAUIENSE DE FABRY (ASPIF)


Fundada em 2009, A Associação Piauiense de Fabry (ASPIF) é uma entidade que luta pela melhoria das condições de vida dos pacientes de Doença de Fabry no estado do Piauí. A ASPIF tem importante papel no diagnóstico e no tratamento dos pacientes. A entidade também tem uma missão importante na desmistificação da doença junto aos moradores de Curimatá e no resgate da autoestima dos pacientes. De acordo com Gabriela Ribeiro de Araújo, que presta apoio administrativo à ASPIF, antigamente, os pacientes eram pouco informados e não tinham suporte adequado. “A ASPIF vem ajudando os pacientes a serem atendidos adequadamente, bem como aprendendo a fazer a gestão correta da associação.”

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