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Iniciado julgamento de acusado de matar a estudante Aline Santiago

O crime ocorreu há quase 10 anos, quando no dia 10 de julho de 2008, José Alberto usou uma faca para matar Aline.

Começou nessa quarta-feira (18), no Tribunal Popular do Júri, o julgamento de José Alberto Bezerra Marques, acusado de matar a estudante de Ciências Contábeis, Aline Santiago, de 23 anos. O crime ocorreu há quase 10 anos, quando no dia 10 de julho de 2008, José Alberto usou uma faca para matar Aline. Ela foi trancada no apartamento do acusado e morreu no local.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Julgamento no Tribunal Popular do JúriJulgamento no Tribunal Popular do Júri

Há quase dois anos o acusado já tinha sido condenado a 16 anos de reclusão, porém o julgamento foi anulado. Hoje, ele está em liberdade. Nesta quarta-feira, o réu decidiu não comparecer ao julgamento, mas a família espera que ele seja novamente condenado. Em entrevista ao GP1, Francisca Lustosa, disse que a sua filha estava saindo com o acusado, mas que ele tinha muito ciúmes dela e fazia ligações constantes. Um dia antes da morte, ela flagrou uma conversa de Aline com José Alberto.

  • Foto: DivulgaçãoJosé Alberto e AlineJosé Alberto e Aline

“Eu ouvi uma ligação dela com ele, onde ela dizia que não queria um relacionamento e que não tinha que ficar dando satisfação da vida dela para ele, porque ele estava incomodando muito ela com ligações e eu via ela sempre desligando o telefone. Eu perguntei o que estava acontecendo e ela disse que era uma pessoa que estava conhecendo, que não era nada sério”, explicou.

Francisca Lustosa contou como descobriu a morte da filha. “Um dia encontramos uma amiga nossa e ela foi deixar essa amiga na casa dela. Eu perguntei se ela iria demorar e minha filha disse que era rápido. E então recebi minha filha em um caixão. Ele fugiu e fiquei sabendo que ele simplesmente matou a minha filha com uma facada no pescoço e deixou ela agonizando [no apartamento], com a porta trancada. Eu só soube o que aconteceu, quando a polícia chegou na minha casa de noite. Eu pensei que ela tinha batido o carro e na verdade não era isso”, contou.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Francisca Lustosa, mãe de AlineFrancisca Lustosa, mãe de Aline

Ela explicou que o fato do acusado estar solto torna a situação pior e criticou o fato de José Alberto não ter comparecido ao julgamento. “Dolorosa é essa situação que vem se enrolando há 10 anos. Teve julgamento, onde ele foi condenado, com definição que ele ficaria na Irmão Guido. Foi tudo decidido, só que dias depois soubemos que foi anulado. Eu não entendo como se anula um julgamento. Onde se viu um réu não estar no fórum onde está sendo julgado? Eu não entendo, queria que alguém me explicasse. Nunca vi um julgamento sem o réu. O que eu espero que hoje aconteça a justiça tão esperada, são 10 anos de sofrimento”, criticou.

Ministério Público acredita em condenação

O promotor Ubiraci Rocha é o responsável pela acusação. Ele disse acreditar em uma nova condenação. “Esse julgamento já esteve programado para o ano de 2011, mas teve um habeas corpus que ficou no Superior Tribunal de Justiça por cerca de 4 anos para que fosse julgado. O réu já foi julgado e condenado a 16 anos e 7 meses. Esperamos que hoje ocorra o que teve no julgamento do ano passado. Acho que as provas são robustas e acredito que hoje tudo corre para se ter um resultado positivo. No processo não há nenhum possibilidade de anular esse julgamento, naturalmente que outros recursos podem ocorrer, mas no tocante de hoje, não acredito que não há nenhum óbice”, destacou.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Promotor Ubiraci RochaPromotor Ubiraci Rocha

Defesa do acusado

O advogado Nazareno Thé é o responsável pela defesa de José Alberto. Ele não cuidava do caso, no último julgamento, mas foi quem ingressou com o recurso, conseguindo anular a condenação de 16 anos. “Entramos com um recurso de apelação e mostramos que algumas formalidades legais foram deixadas de serem cumpridas e consequentemente trouxe prejuízo para o esclarecimento da verdade, nem para a defesa e nem para a acusação, mas foi subtraído um ato que estava previsto de acontecer, que certamente esclareceria a verdade”, afirmou.

Ele justificou a decisão do réu, de não comparecer a julgamento. “O acusado fez a opção de não comparecer. É um direito que a lei confere no artigo 457 do Código Penal”, esclareceu.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Nazareno ThéNazareno Thé
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