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Teresina - Piauí

Mãe de Emilly Caetano faz desabafo 1 ano após morte da filha

O Estado ficou de pagar mensalmente uma quantia para ajudar nas despesas da família, mas o recurso sempre atrasa e a família vive com ajuda de amigos e familiares que se sensibilizam com a si

“Só tristeza. Lembrar esse momento só dá tristeza”, contou Dayanne Caetano Costa um ano após a morte da filha, a pequena Emilly, de 9 anos. A garota morreu ao ser atingida com dois tiros durante uma abordagem da Polícia Militar na Avenida João XXIII na noite de 25 de dezembro de 2017. Emilly estava acompanhada dos pais e das duas irmãs em um veículo no momento da abordagem e morreu um dia depois, no dia 26.

O ex-policial militar Aldo Luís Barbosa Dornel, acusado de disparar contra o veículo, será julgado pelo Júri Popular por crime de homicídio qualificado contra Emilly Caetano e tentativa de homicídio contra os pais e as irmãs da criança. O policial Francisco Venício Alves também será julgado pelo crime de fraude processual. Enquanto aguardam o julgamento, os responsáveis pela morte de Emilly seguem soltos.

  • Foto: Arquivo da FamíliaEmilly CaetanoEmilly Caetano

Em entrevista ao GP1 na manhã desta quarta-feira (26) Dayanne Caetano desabafou sobre a liberdade dos acusados. “É muito triste, lamentável. Eles estão soltos, com a família deles, passaram o natal de boa com a família e nós sem a nossa filha e ainda por cima eles soltos. Que deus nos livre, mas é capaz de fazer isso com outras famílias. É uma molecagem isso daí. Acaba a gente porque perder uma filha daquele jeito, covardemente e eles comendo e bebendo com a família deles”, disse.

Dificuldades financeiras

Durante a ação policial que vitimou Emilly, o pai da garota, o cantor Evandro Costa, também foi atingido. Atualmente com uma bala alojada no ouvido, Evandro, que era a única fonte de renda da família, está impossibilitado de trabalhar.

“Ele perdeu a audição, ele tem tontura, deu traumatismo craniano encefálico. Ele canta de vez em quando na igreja, mas é pouco. O médico despachou ele”, continuou Dayanne.

  • Foto: Marcelo Cardoso/GP1Dayanne CaetanoDayanne Caetano

A família processou o Estado, que ficou de repassar mensalmente uma quantia para ajudar nas despesas da família até que a Justiça estipule um valor da indenização. Ainda de acordo com Dayanne, o recurso sempre atrasa e a família vive com ajuda de amigos e familiares que se sensibilizam com a situação.

“Eles dão só uma ajuda, um auxílio. Até a indenização sair. Esse dinheiro eles ficaram de mandar para gente todo mês. Aí está atrasando e a gente entra em contato e eles dizem que está em atraso, mas isso é uma prioridade, eles não podem atrasar”, contou Dayanne.

  • Foto: Marcelo Cardoso/GP1Evandro CostaEvandro Costa

Pedido de ajuda

Em um vídeo publicado no Facebook, Evandro Costa agradeceu ajuda da imprensa e dos amigos e familiares que estiveram presentes após a tragédia. Na publicação o cantor explicou as complicações de saúde por conta da bala alojada no ouvido.

“Depois que levei esse tiro na cabeça, deu traumatismo craniano encefálico. Isso causa perda de memória, esquecimentos, fica tudo mais lento. Não estou exercendo mais minha profissão. Canto na igreja as vezes dois, três hinos, mas fiquei com várias sequelas como tonturas, desmaios, dores de cabeça terríveis, tomando medicamento. Fiquei impossibilitado de trabalhar”, contou.

“O governador dá uma pequena ajuda para a gente, mas esse dinheiro nós não estamos recebendo, sempre atrasa. É um dinheiro que não supre nossas necessidades. Quando eu cantava, não precisava de ninguém. Nunca pensei que depois de perder uma filha como eu perdi, eu teria que passar por isso, gravar vídeo para pedir. Nunca imaginei passar por isso, necessidade”, afirmou Evandro no Vídeo.

A família pede ajuda de fraldas descartáveis, medicamentos, alimentos, materiais de higiene e outros artigos de necessidade básica. Para doar quantia em dinheiro, a família disponibilizou uma conta poupança da Caixa Econômica Federal: Conta 059052-6, Agência 2442 e Operação 013.

Para doações físicas, a família disponibilizou o endereço do pai de Dayanne, na Rua Amancio Pequeno de Sousa, 1118, Parque Alvorada, em Timon.

Outro lado

A assessoria do Governo do Estado ficou de encaminhar um posicionamento sobre os atrasos nos repasses, o que não ocorreu até a publicação desta matéria.

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