Nathalia Carvalho
O GP1 recebeu denúncia nesta quinta-feira (11) de um morador do município de União sobre irregularidades durante o enterro de uma vítima de Covid-19 no cemitério do povoado São Felipe, distante a 54 km da capital, na última segunda-feira (08).
De acordo com o morador que preferiu não se identificar, funcionários da funerária Pax União transportaram a vítima, um homem de 79 anos, do Hospital Getúlio Vargas, onde faleceu em Teresina para o município de União. A equipe chegou por volta das 21h e retirou o corpo do carro-tumba. Segundo a denúncia, o corpo foi enterrado sem o conhecimento dos responsáveis pelo cemitério, que fica localizado bem próximo às residências.
Após realizarem o enterro, os funcionários da funerária retiraram seus Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e queimaram ali mesmo, na porta do cemitério, em via pública. A recomendação do Ministério da Saúde é de que os corpos de vítimas da covid-19 sejam enterrados em áreas afastadas para não colocar demais pessoas em risco.
O que aponta o morador é que eles estão preocupados por conta da presença de crianças, idosos e outras pessoas da área de risco que vivem nas proximidades.
O que diz a Prefeitura de União
Por meio de nota, a Prefeitura de União disse que não foi comunicada por parte da funerária responsável em relação à realização do referido enterro.
Confira a nota na íntegra
“A Prefeitura de União informa que não foi comunicada por parte da funerária responsável em relação à realização do referido enterro. Nesta quarta-feira (10), às 10h, na sede da Secretaria de Obras, foi realizada uma reunião com representantes das funerárias de União e representantes das Secretarias Municipais de Saúde e Obras, para reforçar a adoção de um protocolo para os enterros no período da pandemia, tendo em vista que os procedimentos vêm ocorrendo sem o conhecimento da Prefeitura.
No caso, as famílias tratam direto com as funerárias, as quais são responsáveis por seguirem as normas de higienização orientadas pelos órgãos de saúde. Contudo, para aquelas que necessitam do amparo municipal, a Secretaria de Obras está à disposição para auxiliar nos procedimentos em relação ao enterro”.
Funerária responsável
A Funerária Pax União também emitiu uma nota de esclarecimento acerca do ocorrido e disse que vai apurar o fato, mas que orienta sempre seus colaboradores a seguirem os protocolos recomendados pela Vigilância Sanitária.
Confira a nota na íntegra:
“O Grupo Geraldo Oliveira, através da Pax União, vem a público informar que estamos seguindo todas as orientações de prevenção ao coronavírus (Covid-19), divulgadas pelos órgãos de saúde competentes, nos municípios em que operamos. Por isso, adotamos uma série de medidas para mitigar o risco de transmissão nos locais de trabalho, como a recomendação de translado e sepultamento.
Somos a funerária mais preparada para enfrentar a Covid-19 e a única que desenvolveu um núcleo próprio de produção de EPIS e vale destacar ainda que somos constantemente fiscalizados pelos órgãos públicos. Nosso translado é feito com total segurança com uso de todos EPI’s e mediante autorização da prefeitura de cada município. Portanto, a orientação da empresa é que todos os colaboradores sigam os protocolos e as recomendações da Vigilância Sanitária e demais autoridades de saúde.
Reforçamos que a saúde e a segurança das pessoas são valores inegociáveis para nós, que fazemos a Pax União. Acompanhamos, diariamente, a evolução do cenário de pandemia e os impactos que essa situação traz para as rotinas dos colaboradores, suas famílias, clientes, parceiros e, também, para o negócio. Nossa principal responsabilidade, como empresa e como cidadãos, é ajudar a impedir a propagação da doença, cumprindo sempre as recomendações dos governos e autoridades de saúde em todos os municípios em que estamos presentes.
Vale ressaltar que as medidas estão sendo tomadas mesmo que não haja notificação de suspeitas ou casos confirmados da doença nas cidades em que a Pax União atua. De qualquer forma a diretoria do Grupo Geraldo Oliveira está apurando os fatos para tomar as medidas cabíveis”.
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