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Canto do Buriti - Piauí

MP denuncia policial por homicídio qualificado em Canto do Buriti

“As provas são evidentes no sentido de que Alexandro disparou contra as vítimas enquanto essas estavam ainda na motocicleta, já parados, sem dar a esses a possibilidade de defesa”, disse o pr

O soldado da Polícia Militar Alexandro Machado da Silva, foi denunciado no dia 1º de outubro pelo Ministério Público do Estado do Piauí ao juiz da Comarca de Canto do Buriti pelo assassinato de Edvaldo Costa dos Santos, de 21 anos, e por ter lesionado Máximo dos Santos na cidade de Canto do Buriti no dia 8 de setembro. Ele vai responder por homicídio qualificado. O soldado já está afastado da 3º Companhia da Polícia Militar de Canto do Buriti.

O promotor José William Pereira Luz afirmou que a primeira informação sobre o caso, é que o policial teria reagido a uma tentativa de roubo com concurso de pessoas, onde a vítima foi apontada como o assaltante, mas investigações apontaram que essa informação é falsa. “Não houve crime de roubo tentado, sendo que o denunciado executou, por motivo fútil, a primeira vítima, provocando lesões na segunda vítima”, informou o promotor.

Em depoimento, o soldado Alexandro afirmou que: estava com outro policial saindo de um boteco na companhia de duas mulheres. Ele disse que foi abordado por Edvaldo e Máximo em uma moto. Momento em que informou que era policial militar. Ele afirmou que Edvaldo estava na garupa da moto e desceu com uma faca, o que fez ele sacar a arma. Edvaldo teria então partido para cima do policial com a faca, momento em que Alexandro disse ter realizado um disparo, mas que Edvaldo teria continuado com a faca na mão e então ele realizou outro disparo, até a vítima cair no chão.

Segundo o promotor, as informações prestadas pelo policial são falsas, já que ele utilizava uma arma .40, onde apenas com um tiro seria possível parar o suposto agressor. “É impossível, fisicamente, que o suposto agressor (vítima), tenha descido da motocicleta com uma faca, tenha lesionado o SD e continuado as agressões mesmo já ferido”, afirmou o promotor. Os laudos ainda apontariam que o crime não aconteceu como o soldado apontou.

Em depoimento, Máximo dos Santos afirmou que: estava no mesmo boteco que os acusados e que tinha falado com uma das mulheres que estava com o policial. Ele afirma que quando foi embora, subiu na sua moto e Edvaldo foi na garupa, quando estavam saindo do local, o soldado Alexandro pediu para ele parar. Ele afirmou que logo após parar o veículo, foram feitos os disparos. Ele foi atingido na perna, enquanto Edvaldo levou um tiro no tórax e outro no ombro, morrendo no local. Máximo disse ainda que a faca apreendida era sua e que estava na sua cintura, pois é vaqueiro e usa o utensílio para campear.

Segundo o promotor José William Pereira, o depoimento é compatível com os laudos. “As provas são evidentes no sentido de que Alexandro disparou contra as vítimas enquanto essas estavam ainda na motocicleta, já parados, sem dar a esses a possibilidade de defesa”, disse o promotor, destacando que o crime aconteceu porque Máximo falou com uma das mulheres que estava com o policial.

“As vítimas não sacaram armas para confrontar os PMs, não se podendo falar em legítima defesa. Sequer se pode falar de legítima defesa putativa, já que as vítimas pararam a motocicleta quando os PMs deram a ordem de parada, não demonstrando qualquer ameaça a esses. Alexandro, usando arma da corporação, e valendo-se da sensação de impunidade, praticou o crime, ainda atuando no sentido de mascarar o ocorrido, indicando que se tratava de um roubo”, afirmou.

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