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Piauí

MPT flagra trabalhadores em condições análogas à escravidão no Piauí

O procurador Carlos Henrique recomendou a imediata suspensão das atividades nas fazendas e o transporte dos trabalhadores de volta para casa.

O Ministério Público do Trabalho no Piauí (MPT-PI) flagrou, nessa semana, trabalhadores em situação degradante e vivendo em condições análogas à de escravo em duas fazendas no Sul do estado. Participaram das ações, o procurador Carlos Henrique Pereira Leite, um perito, um técnico de segurança institucional e agentes da Polícia Rodoviária Federal no Piauí.

No total foram resgatadas 44 pessoas nas fazendas Santa Clara e Estrela, na Serra dos Quilombos, a 100 km do município de Bom Jesus. O procurador Carlos Henrique recomendou a imediata suspensão das atividades nas fazendas e o transporte dos trabalhadores de volta para casa.

  • Foto: Divulgação/AscomTrabalhadores flagrados pelo MPTTrabalhadores flagrados pelo MPT

Na Fazenda Santa Clara, na segunda-feira (07), foram encontrados 29 trabalhadores em situação degradante. Eles foram reunidos por dois “gatos” conhecidos por José Ivan e Joaquim, que negociaram a contratação deles direto com os gerentes da fazenda.

“Eles faziam a limpeza de uma grande extensão de terra para o plantio de soja. Não usavam equipamentos de proteção individual, bebiam água de carro pipa (antes utilizado para o transporte de combustível), manuseavam veneno com as próprias mãos, a comida não era acondicionada de forma correta, não havia refeitório e nem banheiro e o alojamento ficava distante do local de trabalho. Era um galpão de chão batido, sem energia elétrica, com colchões espalhados no chão e redes por todo lado”, relatou o procurador.

  • Foto: Divulgação/AscomTrabalhadores dormiam em redesTrabalhadores dormiam em redes

De acordo com o MPT, o transporte dos trabalhadores era feito na carroceria de um caminhão, junto às ferramentas, em estrada sinuosa e perigosa. Consta ainda que nenhum trabalhador tinha carteira assinada e alguns afirmaram que entregaram suas carteiras de trabalho pela promessa de assinatura e não as receberam de volta.

Já na Fazenda Estrela, na quarta-feira (09), foram encontrados 15 trabalhadores que faziam o roço da fazenda. Eles estavam sem água potável, sem EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e o alojamento era subdimensionado, mal daria para comportar 10 pessoas.

  • Foto: Divulgação/AscomCômodo onde os trabalhadores estavam alojadosCômodo onde os trabalhadores estavam alojados

Duas audiências administrativas foram marcadas para esta quinta-feira (10) com os representantes das fazendas na Procuradoria do Trabalho no Município de Bom Jesus.

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