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'Não é normal um País como Brasil crescer 1% ao ano', diz Mansueto

Mansueto Almeida afirmou que não dorme tranquilo e que o PIB de 2019 causa frustração; comentário contraria fala do ministro Paulo Guedes, que disse que o resultado era o esperado pelo govern

O Secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou nesta quinta-feira, 5, que o País está passando por “enormes dificuldades” e disse não ser “normal” que uma nação como o Brasil cresça 1% ao ano. O resultado do PIB de 2019, divulgado na quarta-feira, apontou que a economia brasileira cresceu apenas 1,1%.

“Estou muito preocupado, não durmo tranquilo, não é normal um País como o Brasil crescer 1% ao ano, claramente causa frustração em vários segmentos da sociedade”, disse Mansueto durante abertura do Fórum Consad, em Brasília.

Na quarta, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o resultado do PIB era esperado pelo governo, e que não havia entendido a “comoção” com os números. "Estou surpreso com a surpresa que vocês estão tendo”, disse à imprensa ao fim de cerimônia no Palácio do Planalto.

A declaração de Mansueto foi dada em um momento em que o secretário frisava ser importante chegar a um consenso sobre o que o Brasil precisa fazer para ter um crescimento maior, através de debate e transparência. “Ninguém é obrigado a concordar com tudo que é feito, mas o bom debate político é sentar à mesa e discutir”, disse Mansueto. Segundo ele, ninguém defende medidas como o aumento de impostos e da complexidade do sistema tributário, por exemplo.

O secretário também citou o comentário feito pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre o PIB, quando ressaltou a importância da participação do Estado no desenvolvimento do País. Para ele, o que Maia quis dizer é que preciso criar espaço nas contas públicas para aumentar investimento público.

“Todo mundo quer ajuste fiscal para aumentar investimento público. Investimento público no Brasil é muito baixo”, disse, frisando a importância das reformas.

Ainda na quarta, ao explicar a declaração, Maia disse ao Estadão/Broadcast que defende as reformas para que o Estado brasileiro tenha como abrir capacidade de investimento.

Mansueto afirmou que o Brasil tem feito conquistas importantes e que a situação do País melhorou muito. Para avançar, ele ponderou que é preciso ter “calma e transparência” e aprofundar o debate político, respeitando divergências.

O secretário também rejeitou a ideia de que o Congresso estaria atrasando o andamento das reformas. “Não está atrasando, está debatendo, está no seu timing”, disse, emendando ser importante que o governo estabeleça um diálogo cada vez mais transparente com o Parlamento e com a população sobre as escolhas que estão sendo feitas. “Temos que ter esforço maior para tornar mais claro para a população quais são as escolhas que estamos fazendo.”

Mansueto acredita que o Congresso está aberto ao debate e que há um ambiente muito mais favorável para discussões. Como exemplo, citou o projeto de independência do Banco Central. “Nem todo mundo precisava concordar com independência do Banco Central, mas hoje se pode debater”, disse, destacando que não via isso há muito tempo.

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