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Teresina - Piauí

O que pensa o pré-candidato de Bolsonaro ao Governo do Piauí

Fábio Sérvio falou sobre diversos temas, entre eles: as perspectivas para o pleito que se avizinha, as principais propostas, além, de uma análise dos pré-candidatos ao Governo pela oposição.

Pré-candidato ao Governo do Piauí pelo PSL, o publicitário e empresário Fábio Sérvio, concedeu entrevista exclusiva ao GP1 e na oportunidade, falou sobre diversos temas, entre eles: as perspectivas para o pleito que se avizinha, as principais propostas, além, de uma análise dos pré-candidatos ao Governo pela oposição, deputado Luciano Nunes (PSDB) e senador Elmano Férrer (Podemos).

Ele chegou a sugerir o afastamento temporário do Senado, do pré-candidato Elmano Férrer para que assim, o líder do Podemos no Estado, possa demonstrar que realmente está disposto a entrar na disputa deste ano. Fábio Sérvio também fez revelações da composição da qual faz parte, e afirmou que sua chapa está montada.

O publicitário ainda disparou duras críticas a bancada federal do Piauí que, em sua visão, não advoga em defesa dos interesses dos piauienses e sim, em prol de causas particulares.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Fábio Sérvio Fábio Sérvio

GP1: Como analisa a crise instalada no Brasil?

Fábio Sérvio: A população brasileira talvez pelo acesso a informação com mais qualidade hoje das redes sociais e pelos portais dos municípios, está discutindo diariamente a problemática nacional. Por exemplo, ninguém tinha a noção sobre o peso da carga tributária, que abastecendo o carro, de cada R$ 100 aqui no Piauí, R$ 30 vão para os cofres do Estado. Ao terem informação, as pessoas passaram a perceber que estavam sendo enganadas, pois pagando tanto imposto a gente ainda está tendo que apelar para saúde privada, para a educação privada e para segurança privada.

O Brasil está classificado em um cenário como um dos países com menor liberdade econômica no mundo e o estado do Piauí, dentro desse contexto, é o segundo estado com a menor liberdade econômica do país. Isso significa que você tem uma máquina pública extremamente inchada, uma carga tributária totalmente injusta tanto para quem produz como para quem consome, além de uma legislação insuficiente ou inadequada para a realidade que aquele estado vive.

GP1: Como avalia os prejuízos causados a sociedade por parte da classe política?

Fábio Sérvio: A própria classe política tem uma visão distorcida de qual deve ser o papel do Estado. O [Jair] Bolsonaro, que é nosso presidenciável, defende um pensamento liberal, onde o Estado tem que ter menos participação onerosa dentro da sociedade e mais participação regulamentar no processo. No nosso caso específico, são mais de 340 cargos comissionados para o Poder Executivo, alguém vai ter que pagar essa conta. O Governo não produz nada, quem paga essa conta somos nós, seja o trabalhador, seja o empresário, nós somos iguais no pagamento de impostos. Aliás, eu compartilho com aquele pensamento da Margaret Thatcher, que dizia o seguinte: 'não existe imposto, existe pagador de imposto'. No exemplo do Piauí, a Petrobras lucra 12% com cada litro e o governo do Estado 30%, sem produzir e sem gerar nenhum lucro. Qual a destinação desse recurso?

GP1: O senhor se coloca como um nome realmente independente, o que o difere dos demais pré-candidatos?

Fábio Sérvio: A gente escolheu um caminho muito difícil que foi andar sem estar ao lado de políticos tradicionais. Porque a fome por cargos é muito grande de quem já tem uma necessidade eleitoral muito forte. Então, veja só, eu não quero um senador do meu lado que me exija uma secretaria X ou uma secretaria Y. Eu quero que alguém aceite um acordo de unificar forças para trazer projetos para o Estado e recursos também. Qual a dimensão de obras feitas no Ceará e feitas no Piauí? Enquanto a gente não consegue duplicar menos de 15km de BR, o Ceará avança com 300km, 200 km de duplicação.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Fábio Sérvio Fábio Sérvio

GP1: A bancada federal do Piauí advoga em prol dos interesses do Estado?

Fábio Sérvio: A nossa bancada não está girando em torno de um projeto de estado. Não vejo na verdade, e acho que nunca teve, uma bancada comprometida com os interesses do Estado. Você não consegue ter força diante do Governo Federal, pois, tem uma manutenção do interesse político próprio. O que um deputado federal discute com o Governo Central? Cargo e indicação. A primeira pergunta que um deputado faz ao chegar lá é quais são os cargos que ele vai ficar, nunca o Estado a frente. Então, se a gente não romper com isso, a gente não consegue avançar. E para romper, é preciso não estar do lado dessas pessoas, porque elas vão lhe cobrar a conta do apoio eleitoral.

GP1: O pré-candidato ao Governo Luciano Nunes realmente representa o novo, como ele coloca?

Fábio Sérvio: O novo é alguém comprometido com esse novo momento do país. Não vejo (essa característica em Luciano). 16 anos de mandato tem o Luciano Nunes, é um nome sério, honesto, tenho nada contra, mas, acho que ele demorou muito para reagir diante da situação do governo do Estado, ele reagiu praticamente no último minuto, porque tudo na vida tem seu tempo certo de fazer. Se acredito em meu projeto para o Estado e vejo que vou conseguir alterar positivamente a realidade que a gente vive, eu vou defender esse meu ponto de vista, independente se eu tenha estrutura ou não, se eu tenho partido do meu lado ou não. Então, qual é o projeto que está sendo defendido hoje? Nenhum pré-candidato até agora disse as propostas que a gente quer fazer.

GP1: Quais as suas principais propostas como pré-candidato ao Governo?

Fábio Sérvio: Primeiro, vamos trabalhar o enxugamento da máquina. Como? Das 67 secretarias do Estado, reduzir para no máximo 15 secretarias. O Estado não precisa ter mais do que isso. Segundo ponto, a centralização do ordenamento de despesas, você tem que descentralizar a execução do planejamento, mas, o controle financeiro tem que está centralizado. Hoje são 90 ordenadores de despesas. Terceiro ponto, transparência total. Não é na divulgação de contas, do quanto é gasto, é antes disso. Licitações transmitidas ao vivo no estado, clareza no que o Estado tem para oferecer ao setor privado. Por exemplo, existe um processo que está há sete chaves do atual governo, que quer vender os prédios públicos das escolas, cobrar aluguel desses prédios e terceirizar serviços como a educação e pagar aqueles serviços terceirizados. É uma espécie de PPP da educação. Quanto vai custar a venda desses prédios? Será que vai acontecer a mesma coisa que aconteceu com a transcerrados piauiense? Que se vendia dificuldade para se cobrar facilidade. Não há transparência do Estado do Piauí.

GP1: A população está atenta aos políticos corruptos?

Fábio Sérvio: A população hoje não aceita mais quando uma liderança leva dinheiro até a casa dela e determine em quem ela vai votar, ela pode até receber o dinheiro, porque sabe hoje, depois da Lava Jato, que aquele dinheiro dado a ela é de corrupção. Então vai ter muito político tradicional que vai tentar comprar os votos, mas, no final das contas, as pessoas vão depositar isso no pensamento. Isso tem ficado cada vez mais evidente. A gente tem a certeza hoje que é possível vencer um pleito eleitoral se você realmente apresentar as soluções que a população quer, sem estar do lado de quem ela está rejeitando. O que derrota o político na eleição é a rejeição. Se a gente observar até hoje não foi publicado nenhuma pesquisa eleitoral com rejeição de candidatos. Mas isso é tapar o sol com peneira, porque ao publicar uma pesquisa não altera o pensamento.

GP1: Que partidos comporão chapa com o PSL?

Fábio Sérvio: O PSL nasceu do projeto do [Jair] Bolsonaro e o PROS nasceu do projeto da nossa pré-candidatura aqui. Então são os dois partidos que a gente tem confiança de dialogar. Todos os partidos que queiram ingressar no projeto de mudar o Piauí ou a política, são bem-vindos, desde que não tragam uma proposta das velhas práticas. O significa? Imposição de coligação proporcional para salvar velhos políticos, que é o que está acontecendo, essa decisão do Chapão PP, PT, PMDB. Então, a gente não tem isso, a gente quer independência e quem quiser ser independente com a gente é muito bem-vindo.

GP1: O PSL ainda vislumbra compor com Dr. Pessoa?

Fábio Sérvio: A gente conversou há um tempo atrás, não partidariamente, mas politicamente, com o deputado Dr. Pessoa [pré-candidato ao Senado], que hoje representa o Solidariedade. Temos um diálogo aberto com o Podemos, que é hoje o partido que tem o pré-candidato Elmano Férrer. E o que é que eu vejo? As pessoas têm que acompanhar o perfil de cada um, os tradicionais se juntaram rejeitando a candidatura alternativa. A gente percebe que tem muito partido preocupado com a eleição proporcional, sem se preocupar com o projeto do estado.

GP1: As oposições podem dialogar em algum momento durante o processo eleitoral?

Fábio Sérvio: Acho que Dr. Pessoa, o senador Elmano, o Luciano Nunes e a gente, nós precisamos discutir um projeto de Estado, porque somos a oposição que está aí. Então, precisamos sentar e cada um contribuir de alguma forma com a mudança que é preciso fazer no Piauí. Acredito que nós ainda vamos ter um diálogo muito forte com todos esses nomes. Ainda tem muita coisa para acontecer até as eleições. E possível que ocorram mudanças.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Fábio Sérvio Fábio Sérvio

GP1: Que mudanças o senhor se refere?

Fábio Sérvio: Acho que deve haver mudanças de posicionamento em outras chapas. Foi falado recentemente, da possibilidade da Margarete [Coelho vice-governadora do Piauí] se lançar de maneira independente, como candidata ao Governo, e o Luciano ser o vice, ou vice e versa. O que isso representa? Pra gente não interfere em nosso plano, mas, acho que isso prejudica muito o Estado porque abre um precedente. Há uma aliança do PP com PT e há uma aliança do PP com o PSDB, ou seja, o PP está no meio do PSDB e do PT. Portanto, abre o precedente para que em um segundo turno se una o PP, o PT e o PSDB. Isso é ruim para a democracia do Estado.

GP1: Então seria um grupo travestido de oposição?

Fábio Sérvio: Sim, seria um grupo travestido de oposição. Como na prática tem acontecido.

GP1: Acredita que a outra oposição liderada por Luciano Nunes poderá compor com o Governador Wellington Dias (PT) ?

Fábio Sérvio: Acho que de não aceitar uma composição eleitoral hoje, não, mas, no futuro não descarto essa possibilidade. Aí vem a história da governabilidade, ‘mas tem que ter governabilidade’, então entra o pragmatismo político que acabou com a política. As pessoas não têm mais ideologia, não tem bandeiras.

GP1: A pré-candidatura ao Governo de Elmano Férrer será mantida?

Fábio Sérvio: Eu torço que sim, mas, acho que ele deveria tomar uma posição. Apesar de não ser necessário, eu acho que ele deveria se afastar do Senado, nesse período eleitoral, e demostrar claramente para a população que ele vai encampar uma pré-campanha e seguir em frente. Ao fazer isso ele daria uma demonstração clara de que a candidatura dele é real. É muito complicado você estar com pé no Senado e querer fazer uma campanha para Governo.

GP1: O PSL corre o risco de ficar isolado?

Fábio Sérvio: Não, eu não temo ficar isolado. A nossa chapa majoritária, apesar dos pré-candidatos ao Senado serem em maior quantidade do que o número de vagas, mas, eles estão correndo para se viabilizar e os melhores em desempenho serão os candidatos. A nossa chapa está formada. Hoje o PROS e o PSL têm cerca de 60 pré-candidatos a deputado estadual e 20 pré-candidatos a deputado federal.

GP1: O PROS vai indicar candidato para que cargo da chapa, vice ou senador?

Fábio Sérvio: O nosso diálogo com o PROS não passa por indicação de vagas, passa pela composição mesmo. Não há exigência de vaga X ou vaga Y. A gente tem um projeto conjunto para qualquer cargo que venham ser acionados. A gente vai sentar numa mesa redonda e fazer essa composição.

GP1: Pode citar nomes que deverão integrar a sua composição majoritária?

Fábio Sérvio: Tem definição, mas, vamos esperar um último momento para anunciar. Já temos definidos o nosso vice, que vai ser um militar.

GP1: Um militar do PROS?

Fábio Sérvio: Não

GP1: Mas, pode citar nomes?

Fábio Sérvio: Ainda não, mas, nós vamos com um militar de vice e temos quatro pré-candidatos ao Senado: Elizeu Aguiar, Antonio José Lira, o Pastor Mauro Silva e o Manuel Lopes do PROS. Os que tiverem maior desempenho vão seguir em frente com 60 pré-candidatos estaduais e 20 para federal. Nós temos uma capacidade hoje de competitividade que nem o MDB tem.

GP1: Porque o Jair Bolsonaro é uma alternativa para colocar o País nos trilhos?

Fábio Sérvio: É preciso entender que o Bolsonaro apresenta o fim de um pragmatismo político em que se aceita tudo. Representa uma era da política em que o sim é o sim, e o não é o não. Uma nova geração de políticos, apesar dele não ser novo na política, mas, ele representa essa geração nova, esse pensamento novo de que o caminho mais fácil é o caminho pior. É melhor ir para uma eleição sem tempo de TV, mas, com liberdade. Ir para uma eleição sem muitos recursos, mas, com a capacidade de não precisar silenciar porque alguém vai contrariar seu pensamento. Então, porque nós defendemos ele como a melhor alternativa para o comando do País? Porque falta comando no País. Você tem hoje um Congresso que faz o Executivo refém ao ponto que estamos à beira de mudar de regime de presidencialismo para parlamentarismo, simplesmente por um decreto constitucional.

GP1: Como Jair Bolsonaro vai conseguir implementar as mudanças que defende diante de um Congresso de práticas velhas?

Fábio Sérvio: Com um posicionamento firme é possível. Ele vai ter capacidade de não ceder ao Congresso, porque ele tem diálogo com a população. Se o Congresso fizer aquelas chantagens que estão acostumados a fazer, Bolsonaro vai até a população e relata o que está acontecendo, com transparência. A transparência é o ponto forte dele que não tem meia palavra. Permite argumentação, mas, deixa claro o posicionamento dele. Falta essa firmeza no País.

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