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Política

PT e PSOL anunciam boicote à posse de Bolsonaro no Congresso

PT afirmou reconhecer resultado das eleições 2018, mas defendeu que pleito foi marcado por falta de lisura; PSOL diz que novo governo é marcado por 'ódio e preconceito'.

A liderança do PT na Câmara e a Executiva Nacional do PSOL informaram nesta sexta-feira, 28, que nenhum de seus parlamentares participará da cerimônia de posse do presidente eleito Jair Bolsonaro no dia 1º de janeiro no Congresso.

Por meio de nota, o PT afirmou reconhecer o resultado das eleições deste ano, mas defendeu que elas foram marcadas por falta de lisura por ter sido, segundo seus integrantes, "descaracterizada pelo golpe do impeachment, pela proibição ilegal da candidatura do ex-presidente Lula e pela manipulação criminosa das redes sociais para difundir mentiras contra o candidato Fernando Haddad".

"Participamos das eleições presidenciais no pressuposto de que o resultado das urnas deve ser respeitado, como sempre fizemos desde 1989, vencendo ou não. [...] O resultado das urnas é fato consumado, mas não representa aval a um governo autoritário, antipopular e antipatriótico, marcado por abertas posições racistas e misóginas, declaradamente vinculado a um programa de retrocessos civilizatórios", diz o texto.

  • Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão ConteúdoJair Messias BolsonaroJair Messias Bolsonaro

As bancadas do PT no Congresso afirmaram ainda que o futuro governo tem a intenção de "destruir por completo a ordem democrática e o Estado de Direito no Brasil", com o aprofundamento de "políticas entreguistas e ultraliberais do atual governo, o desmonte das políticas sociais e a revogação já anunciada de históricos direitos trabalhistas".

O partido também credita a Bolsonaro um ódio ao PT, a movimentos populares e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Seguiremos lutando, no Parlamento e em todos os espaços, para aperfeiçoar o sistema democrático e resistir aos setores que usam o aparato do Estado para criminalizar adversários políticos", diz a nota, assinada pelos líderes do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), e no Senado, Lindbergh Farias (RJ) e pela presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR).

Já o PSOL afirma que Bolsonaro e sua equipe "desprezam os direitos humanos, a soberania nacional, a democracia e os direitos sociais". "O governo que se iniciará no próximo dia 1º tem como princípios o ódio, o preconceito, a intolerância e a violência", afirma o partido.

O PSOL também cita uma ação que pede a cassação da chapa de Bolsonaro em tramitação na Justiça Eleitoral. "Os crimes eleitorais dos quais é acusado – dentre eles, uso de recursos empresariais para disseminação de mentiras em massa via redes sociais – precisam ser investigados. Sua vitória, além de se assentar no medo e na desilusão com o sistema político brasileiro, também se deve à fraude promovida pelas mentiras disseminadas contra seus adversários. "

"Estaremos nas ruas, desde o primeiro dia de governo, defendendo a democracia, os direitos do povo brasileiro e a soberania nacional contra aqueles que querem fazer o Brasil retroceder a 1964", diz o PSOL. "Seremos resistência, desde o primeiro dia do governo Bolsonaro, nas ruas e no parlamento, em defesa do povo brasileiro."

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