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Regina Duarte quer tomar posse no início de março com 'equipe montada'

A previsão é que a cerimônia de posse da nova secretária especial da Cultura seja realizada no Palácio do Planalto para 600 convidados.

Quase um mês após dizer "sim" ao convite feito pelo presidente Jair Bolsonaro para se "casar" com o governo, a atriz Regina Duarte finalmente deve tomar posse na Secretaria Especial da Cultura. A previsão é de que uma cerimônia para até 600 pessoas ocorra na semana que vem no Palácio do Planalto. Enquanto isso, ela tem ficado em Brasília e usado o tempo para se preparar para o cargo e escolher sua equipe, que deverá ser "técnica", segundo interlocutores da atriz.

Regina tem afirmado querer usar sua presença na pasta para “pacificar” a relação com a classe artística e recebeu do presidente autonomia para escolher com quem trabalhar. “A equipe é sua e você faz o que quiser”, disse o presidente à futura secretária, em uma das quatro reuniões que tiveram pessoalmente, neste período de “preparação do casamento”.

A intenção da nova secretária é chegar com toda a sua equipe escolhida. Segundo pessoas que estão a auxiliando neste período, embora não revele nomes, Regina já definiu que indicará aos cargos na pasta pessoas com trânsito no meio artístico e com proximidade a ela. A atriz realizou inúmeras reuniões durante todo o mês de fevereiro, a maior parte delas em Brasília, mas também em São Paulo e no Rio de Janeiro. Entre os encontros, fez questão de conhecer os quadros técnicos da secretaria e já anunciou que pretende aproveitá-los, como forma de valorizá-los.

Por enquanto, porém, Regina dispõe de 14 cargos de confiança com salários mais altos - os chamados Direção e Assessoramento Superior (DAS) - disponíveis para nomeação. Os vencimentos variam de R$ 13,6 mil a R$ 16,4 mil.

Mesmo antes de assumir, porém, Regina já viveu alguns percalços do cargo. No início do mês, a secretária adjunta da Cultura, Jane Silva, conhecida como reverenda Jane, foi exonerada do cargo. Ela estava no comando interino da pasta até a posse da atriz, mas algumas atitudes desagradaram.

Após se aproximar da atriz em uma viagem no ano passado a Israel, Jane conseguiu a indicação para o segundo cargo mais importante da Secretaria da Cultura. Uma vez no cargo, porém, começou a agir por conta própria, sem consulta prévia, e tomou atitudes que foram consideradas uma tentativa de "tutelar" a futura secretária.

O outro obstáculo é físico, mas que também tem seu braço político. O gabinete de Regina na Secretaria da Cultura fica fisicamente instalado no quarto andar do Ministério do Meia Ambiente. Mas algumas das diretorias da sua pasta estão distribuídas entre o prédio ao lado, onde está o Ministério da Cidadania, e em outro edifício, do outro lado da rua na Esplanada, no Ministério do Turismo, a quem está “hierarquicamente” subordinada.

Demora para posse é justificada por questões comerciais

A demora de mais de um mês para sua posse ser oficializada é justificada, segundo pessoas próximas à atriz, pelas burocracias necessárias para que Regina se desvencilhe de compromissos comerciais assumidos anteriormente. Entre eles, o contrato com a TV Globo, onde atua há 51 anos. Ela tem dito que quer assumir a pasta totalmente desimpedida e pretende exigir o mesmo de todos que venham a integrar a sua equipe. O salário na emissora, de acordo com interlocutores, gira em torno de R$ 160 mil. Na Secretaria da Cultura ela receberá vencimentos mensais de R$ 17,4 mil.

Durante sua permanência na capital, Regina que acorda às 5h e, desde cedo, apresenta demandas a seus principais auxiliares, costuma fazer exercícios físicos antes de sentar na cadeira de trabalho. Corre na esteira, faz hidroginástica e às vezes, natação.

Quando está na Esplanada, tem ido almoçar no bandejão da Secretaria de Cultura, onde costuma ser tietada por servidores do governo que frequentam o local.

De acordo com auxiliares, Regina tem sido cuidadosa e não costuma assinar nada sem ler. Estuda detalhadamente cada demanda que lhe é passada e prefere receber todos os documentos que precisa conhecer e analisar em papel. Ela se considera uma aluna aplicada e por isso não se desgruda de caderninhos de anotação do tipo molesquine na bolsa, ao lado da caneta e do celular. Em menos de um mês desde que aceitou o cargo, já está quase no fim de um com capa preta, mas já tem um segundo, de capa branca.

Até para o casamento da amiga e deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), levou o caderninho, já que lá estaria boa parte da República presente e ela poderia receber informações que precisaria anotar para não se esquecer. Entrevistas, já avisou, só depois da posse.

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