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Altos - Piauí

Relatório de inspeção da Cadeia de Altos é suspenso para envio às autoridades

A redação final do relatório foi submetida ao Conselho Penitenciário do Estado do Piauí, que até esta quarta-feira (27) não divulgou o resultado da inspeção.

A situação da Cadeia Pública de Altos tem sido alvo de muita discussão nos últimos dias. Com uma crise de saúde que acomete dezenas de detentos e já culminou em cinco mortes, o cenário ganha mais um desdobramento, após a Secretaria de Estado da Justiça do Piauí (Sejus) determinar o afastamento do diretor da unidade prisional, Antônio Vinícius da Silva, sendo substituído por Enemésio Lima.

Uma comissão formada por quatro membros do Conselho Penitenciário do Estado do Piauí realizou uma inspeção extraordinária na unidade no dia 22 de maio e elaborou um relatório, que dentre outros pontos constatou uma quantidade três vezes superior ao número de detentos que apresentaram problemas de saúde na unidade penitenciária no início deste mês.

A redação final do relatório, que ouviu os detentos e colheu depoimentos sobre a situação denunciada desde o último dia 06 de maio, foi submetida ao Conselho Penitenciário do Estado do Piauí, que até esta quarta-feira (27) não divulgou o resultado da inspeção que teve como relator o conselheiro Jacinto Teles Coutinho.

De acordo com Jacinto Teles, o relatório foi aprovado durante a sessão do Conselho Penitenciário ocorrida na última segunda-feira (25), no entanto, o secretário de Justiça, Carlos Edilson, que preside o Conselho, acatou duas sugestões que acabaram gerando o travamento do envio do resultado final às autoridades competentes.

“Eu fiquei constrangido com a suspensão do envio do relatório para as autoridades, pois ele já foi aprovado durante sessão da segunda-feira. A justificativa é que o presidente acatou a sugestão de dois conselheiros, que não concordaram em eu mencionar os nomes deles sobre determinadas propostas, que não podem ser mencionadas neste momento, pois o relatório ainda não foi divulgado. Eu sugeri que essa situação fosse contornada e que o presidente designasse um relator para fazer a modificação, pois eu não aceito modificar. Então não é por isso que a gente vai parar, esperar para a próxima semana, terça-feira à tarde, dada a urgência do caso. Eu estou sugerindo que essa sessão seja feita amanhã à tarde, por videoconferência e se resolva essa questão sobre a redação final das propostas”, explicou.

Cinco mortes

Cinco detentos da Cadeia Pública de Altos já morreram desde a crise de saúde que se iniciou no começo deste mês. O primeiro óbito ocorreu no dia 14: F. W. M. S morreu por conta de um quadro agudo de insuficiência renal, associado a septicemia e pneumonia. Cinco dias depois, no dia 19 de maio, um detento identificado como Martoniel Costa Oliveira também morreu no Hospital de Urgência de Teresina (HUT).

No dia 22, Jeferson Linhares Silva faleceu no HUT. No dia 24, Robert Ozeas da Silva Pereira também foi a óbito no mesmo hospital. Isac Gomes de Oliveira foi o último detento a morrer, na madrugada da última segunda-feira (25) no Hospital Getúlio Vargas (HGV).

Internações

De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), atualmente 39 detentos se encontram internados em hospitais de Teresina, em razão de infecções supostamente provocadas por água contaminada.

Outro lado

Procurada pelo GP1 na noite desta quarta-feira (27), a Sejus, por meio de sua assessoria de comunicação, ficou de encaminhar um posicionamento nesta quinta (28). O secretário Carlos Edilson também foi procurado por telefone, mas não foi localizado.

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