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Rota das Emoções deve ser inserida no Sistema Brasileiro de Trilhas

Proposta está sendo discutida entre o Sebrae e o ICMBio.

Esta semana, analistas do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae, nos Estados do Piauí, Ceará e Maranhão; e técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ICMBio, se reuniram em Parnaíba para discutir alternativas para o aumento do fluxo turístico na Rota das Emoções, de forma sustentável.

A ideia de traçar estratégias para o aumento desse fluxo, com a criação de novos roteiros e experiências ao turista, valorizando a comunidade, surgiu durante palestra ofertada pelo ICMBio, dentro da programação do 4º Salão de Turismo da Rota das Emoções, evento realizado pelo Sebrae em novembro do ano passado. Na ocasião, o representante do instituto falou sobre novos modelos de negócios voltados para uso público nas Unidades de Conservação.

“Os principais atrativos da Rota das Emoções são o Parque Nacional de Jericoacoara, a APA e RESEX do Delta do Parnaíba e o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, áreas que estão sob a proteção do ICMBio e que, portanto, tem regras e limitações para visitação. Nessa reunião, discutimos exatamente formas de viabilizar a criação de novos produtos e oportunidades de negócio na Rota das Emoções e nos seus roteiros complementares, aumentando o fluxo turístico, de maneira sustentável”, explica a gerente do Sebrae em Parnaíba, Isabela Ribeiro.

Ainda segundo Isabela, a ideia inicial é criar os novos roteiros, integrando os Estados por meio das trilhas de longo curso, a exemplo do que acontece em outros destinos, como é o caso da Transcarioca, no Rio de Janeiro. “Essa é uma nova abordagem do turismo, defendida pelo ICMBio, que propõe a ligação das Unidades de Conservação do Brasil, criando uma rede nacional de trilhas”, acrescenta.

O objetivo da criação desses novos roteiros é propiciar o maior número de novas experiências e vivências para o turista da Rota das Emoções, destacando o que é característico em cada município, envolvendo também a comunidade, para que se sinta parte desse processo e possa se beneficiar com o desenvolvimento do turismo na região.

Para a coordenadora regional do ICMBio na 5ª Região, Ana Célia Coelho, é essencial a aproximação dos órgãos ambientais com os atores envolvidos no processo de desenvolvimento do turismo. “É uma forma de facilitar o diálogo e superar de eventuais entraves, para o alcance da sustentabilidade dessa política, sobretudo quando as iniciativas se desenvolvem em territórios protegidos por Unidades de Conservação”, pontua.

Ana Célia Coelho destacou ainda que o segmento do turismo ecológico é o que mais cresce no Brasil e o desenvolvimento dessa atividade pode trazer maior aproximação e reconhecimento da sociedade para com as Unidades de Conservação Federais.

O estudo e alinhamento da proposta para criação desses novos roteiros serão discutidos em nova reunião entre analistas do Sebrae e técnicos do ICMBio. O encontro está previsto para acontecer em meados de março, tendo como principal foco o desenvolvimento regional sustentável por meio do turismo.

TRILHAS DE LONGO CURSO

As trilhas de longo curso começaram como um aparelho de recreação e geração de renda para a população local através do potencial turístico. Com o tempo começou a se observar que a fauna também utiliza as trilhas. Dessa forma, atualmente são consideradas também como estratégia de conservação proporcionando a conectividade de paisagem, ou seja, a fauna consegue migrar entre uma área protegida e outra, trazendo entre outros benefícios maior variabilidade genética de seus descendentes.

O Sistema Brasileiro de Trilhas de Longo Curso começou a ser implementado pelas Unidades de Conservação. O percurso que liga duas unidades é a chamada “linha tracejada”. As experiências anteriores, tanto em outros países quanto no Brasil, mostram que existe um movimento natural de pressão dos caminhantes para que as “linhas tracejadas” sejam sinalizadas. Para os proprietários de terras por onde passa essa linha surge uma oportunidade de transformar a área em reserva legal ou área de preservação permanente e ainda gerar renda oferecendo serviços como camping e alimentação para os visitantes.

Sabe-se que poucos são os caminhantes que completam um percurso tão longo de trilhas como o Corredor Litorâneo, com mais de 8 mil quilômetros. Nesse sentido as trilhas são planejadas para serem percorridas em etapas – caminhos menores que fazem parte de um grande percurso.

Alguns exemplos são a Trilha Transcarioca, que passa pelo Parque Nacional da Tijuca (RJ) e os Caminhos da Serra do Mar, que passam pelo Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ). Ambas fazem parte do Corredor Litorâneo, estão sinalizadas e já são percorridas pelos caminhantes.

Além de ter a conveniência para o visitante de poder percorrer um caminho inteiro durante um período de férias, essa estratégia traz também um sentimento de pertencimento regional e incentiva o protagonismo dos envolvidos locais para cuidar da sua trilha.

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