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Teresina - Piauí

Sindepol e Sindjor lançam notas de apoio a delegada e jornalistas

As notas dizem respeito ao processo por Ação de Reparação de Danos Morais e por Difamação reclamados pelo promotor de justiça, Francisco Raulino Neto.

O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Piauí divulgou uma nota em apoio à delegada Carla Brizzi, alvo de um processo por Ação de Reparação de Danos Morais e por Difamação, reclamados pelo promotor de Justiça, Francisco Raulino Neto.

Carla Brizzi presidiu inquérito em que investigava a suposta prática de abuso sexual atribuída ao médico Felizardo Batista, no entanto, o referido inquérito fora arquivado, a pedido de Francisco Raulino.

E não é só a delegada que é alvo do promotor. Os jornalistas Lucas Pereira, Nayara Felizardo e Renayra de Sá também estão sendo processados devido a produção de matérias, dando conta do arquivamento do mesmo inquérito. Na ocasião, Francisco Raulino Neto, havia sido procurado pelos repórteres, mas se recusou a dar a sua versão dos fatos, alegando que não falaria sobre processo ainda em andamento.

O Sindicato do Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor-PI) também lançou nota em apoio aos profissionais da imprensa.

Confira as notas na íntegra!

Sindepol

O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Piauí vem a público manifestar o seu apoio à Delegada Carla Brizzi, que está sendo processada civil e criminalmente, por meio de uma Ação de Reparação de Danos Morais e por Difamação, por um Promotor de Justiça do Estado.

A referida Delegada presidiu um inquérito policial que investigava a suposta prática de abuso sexual durante consultas médicas, procedendo ao indiciamento de duas pessoas. O inquérito em questão foi arquivado, a pedido do Promotor de Justiça mencionado.

Devido à esse fato, ele responde a procedimento administrativo perante o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que apura a sua atuação nesse caso.

Procurada pela imprensa, a Delegada manifestou-se sobre o o trabalho que desempenhou na condução da investigação de forma técnica, não havendo da sua parte qualquer atitude ou palavra ofensiva direcionada à instituição Ministério público ou ao seu representante. O Sindepol reafirma seu apoio à Delegada, que exerceu a sua função com imparcialidade, observando a legislação vigente e amparada pelo art. 5, IV, da Constituição Federal.

A Diretoria

Sindjor

Em defesa da liberdade de imprensa

Embora não prosperem nos tribunais superiores, os processos contra jornalistas são recorrentes nos tribunais estaduais. É uma forma de intimidar o profissional de comunicação e impedir o livre exercício da profissão.

Impedir o jornalista de trabalhar representa um atentado à liberdade de imprensa e, em consequência, um atentado à própria democracia, pois se tenta negar à sociedade o sagrado direito à informação.

As três mais recentes vítimas da intolerância, aqui no Piauí, foram os jornalistas Nayara Felizardo, do Portalodia.com, e Renayra de Sá, do Portal Az, e Lucas Pereira, do portal Teresinadiário.com e da TV Antena 10. Eles estão sendo processados pelo promotor Francisco Raulino pelo simples fato de terem feito matérias dando conta do pedido de arquivamento do processo contra o médico Felizardo Batista, acusado de molestar pacientes durante as consultas.

Os três jornalistas produziram matérias informativas, sem emitir opinião, e procuraram ouvir todos os envolvidos no caso, como determina o Código de Ética do Jornalismo Brasileiro. É assim que se faz o bom jornalismo.

Não há juízo de valor. As matérias foram produzidas a partir de informações prestadas pelos entrevistados. A delegada Carla Brizzi, que se manifestou contrária ao pedido de arquivamento do processo, revelou que uma importante testemunha de acusação não foi ouvida pelo promotor.

Francisco Raulino Neto, procurado pela reportagem dos três portais, se recusou a dar a sua versão dos fatos alegando que não fala sobre processo ainda em andamento.

Feitos esses esclarecimentos, a diretoria do Sindjor-PI manifesta aqui o seu mais veemente repúdio contra a decisão do promotor Francisco Raulino Neto de processar os jornalistas, que não fizeram mais que cumprir a nobre missão de manter a sociedade bem informada.

A assessoria jurídica do Sindicato vai acompanhar de perto esse caso e fazer um relato à Fenaj e às entidades nacionais e internacionais de defesa da liberdade de imprensa.

A Diretoria

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