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Teresina - Piauí

Sindicato vai ao Procon após a não redução no preço do diesel no Piauí

“As distribuidoras não estão repassando pra gente o desconto no diesel. Como é que eu vou repassar para as bombas se a gente não está conseguindo comprar mais barato?", questionou o president

Em entrevista ao GP1, neste domingo (03), o presidente do Sindicato dos Donos dos Postos de Combustíveis do Piauí, Alexandre Cavalcante, afirmou que ele e outros donos de postos vão até o Procon a fim de pedir orientações do órgão. A visita será feita, na manhã de segunda-feira (4).

Segundo Alexandre, a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel, anunciado durante a greve dos caminhoneiros, não está sendo repassada pelas distribuidoras. “As distribuidoras não estão repassando pra gente o desconto no diesel. Aí como vai ser? A gente vai ser multado? Como é que eu vou repassar para as bombas se a gente não está conseguindo comprar mais barato? Como é que a gente baixa o preço se a gente não está comprando com preço mais barato?”, questionou Alexandre.

O presidente do sindicato pede que o órgão fiscalizador aja com clareza, determinando quais serão as reais sanções para quem vender o combustível sem a redução anunciada pelo presidente Michel Temer, no último domingo (27). Para Alexandre “a portaria que o governo publicou é completamente obscura”.

  • Foto: Cinara Taumaturgo/GP1Alexandre CavalcanteAlexandre Cavalcante

“O que a gente quer é que o Procon se pronuncie, a gente siga o que o Procon está dizendo. Se o Procon disser que vai multar a gente se a gente não baixar os R$ 0,46 centavos [do diesel] mesmo que a distribuidora não baixe. Quem é que vai comprar diesel? Ninguém. Vou comprar diesel para eu ter meu posto interditado? Como é que eu vou comprar um produto por R$ 2,00 e ter que vender ele a R$ 1,80? Aí eu fecho o posto, porque eu quebro”, explicou Alexandre.

Além dos problemas com o repasse do valor do combustível, outra reivindicação da categoria são as multas oriundas da fiscalização dos postos de combustíveis. Para Alexandre, o Procon precisa se pronunciar sobre qual será a porcentagem máxima de lucro para os empresários.

“Eu acho que preço abusivo tem que ser proibido, mas eu tenho pelo menos um revendedor que foi multado porque ele tinha botado 15% de margem na gasolina. Não é que ele subiu 15% na gasolina não. Entre o preço de compra e o preço de venda ele tem o valor agregado de 15%. Exemplo: ele estava comprando a gasolina a R$ 1 e vendendo a R$ 1,15. Então ele tem a margem de 15%, que é muito difícil você ter um comércio que pratique uma margem tão baixa. E o cara foi absurdamente multado por causa disso”, explicou Alexandre.

Alexandre considera que o aumento da margem de lucro feita pelo empresário durante a greve dos caminhoneiros “é direito dele” e citou que várias decisões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) consideram lucro abusivo acima de 20%.

“O que a gente quer é que o Procon diga ao menos assim: Olha, a gente aqui no estado baixou uma norma proibindo subir mais de 20% do preço ou mais de 15% do preço. A gente quer cumprir a lei, tudo direitinho, mas que seja claro para a gente”, concluiu o presidente do sindicato.

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