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Spotify cedeu acesso amplo a dados de usuários para gravadoras, diz revista

Em campanhas para pré-lançamento de discos, serviço de streaming requisitou permissões além do necessário para assinantes e contas gratuitas.

Muita gente fica ansiosa quando um artista favorito vai lançar um disco – e para ajudar os fãs, os serviços de streaming criaram uma ferramenta que permite ao usuário "pré-baixar" as novas canções. Mas essa prática pode ter problemas: nesta quinta-feira, 27, a revista americana Billboard publicou reportagem dizendo que o Spotify cedeu amplo acesso a dados pessoais de usuários que optaram pelo "download prévio" para gravadoras.

Entre as informações compartilhadas pelo serviço de streaming com as empresas, estão a lista de músicas que os usuários escutam, quais artistas eles seguem e até mesmo a possibilidade de controlar remotamente que músicas eles estão ouvindo. No artigo, a revista avisa que a prática não é ilegal, mas ressalta que muitos usuários podem aderir aos termos sem exatamente ter ciência do que está acontecendo. Isso porque, para cada vez que o usuário aceita "pré-baixar" um disco, ele tem de permitir acessos específicos para que o programa possa executar a tarefa em seu celular ou computador.

  • Foto: DivulgaçãoSpotifySpotify

Quando a Sony Music lançou o single "Bounce Back", da banda de garotas Little Mix, 17 permissões foram pedidas pela gravadora aos usuários – apenas uma delas, "acrescentar e remover itens da biblioteca do usuário" era necessária. As outras incluíam "ver os dados da sua conta no Spotify" e até "tomar ações no Spotify em seu lugar" – ou seja, podendo controlar até o que usuário está ouvindo no momento, se esse fosse o desejo da empresa.

Ela não está sozinha: a Universal, quando fez a campanha de lançamento para o recente single do DJ Tiësto, pediu 10 permissões adicionais, incluindo a data de nascimento do usuário. A Warner, por sua vez, pediu controle total às playlists privadas dos usuários para a campanha de lançamento do último disco do cantor Noel Gallagher, ex-Oasis. "São permissões além do que um consumidor razoável esperaria", disse Frank Pasquale, professor de direito da Universidade de Maryland, à revista. Procurados pela Billboard, tanto as gravadoras como o Spotify decidiram não comentar o assunto.

Na reportagem, a Billboard ressalta ainda que outros serviços de streaming não compartilham da mesma prática – o Apple Music, por exemplo, não divide dados de seus assinantes com as gravadoras, mas permite acessos específicos com clareza do que está fazendo.

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