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Teresina - Piauí

Juiz bloqueia R$ 28 milhões do dono de escritório de contabilidade preso na Operação Faker

O bloqueio dos valores afeta também outros investigados. A decisão foi dada pelo juiz Valdemir Ferreira.

O juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, determinou o bloqueio de mais de R$ 28 milhões das contas do dono do escritório Prime Contabilidade, Elinaldo Soares Silva, preso na Operação Faker, no dia 1º de dezembro. O bloqueio dos valores afeta também outros investigados. A decisão foi dada no dia 25 de novembro e incluiu ainda a suspensão das atividades do escritório.

O magistrado destacou que a medida do bloqueio dos valores se faz necessária para evitar o perecimento dos bens e garantir futura reparação às vítimas.

Foi decidido então pelo bloqueio via SISBAJUD de todos os ativos financeiros existentes em todas as contas vinculadas aos CPFs e CNPJs listados até o valor de R$ 28.253.726,45 (vinte e oito milhões, duzentos e cinquenta e três mil, setecentos e vinte e seis reais e quarenta e cinco centavos), equivalente ao prejuízo apurado até o momento a pessoas, instituições financeiras e ao Fisco Estadual e Federal.

Foto: Divulgação/GrecoElinaldo Soares
Elinaldo Soares

Operação Faker

A Polícia Civil do Estado do Piauí, por meio da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) e do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), cumpriu na manhã de quinta-feira (01), um mandado de prisão preventiva no âmbito da "Operação Faker" contra o proprietário de um escritório de contabilidade identificado como Elinaldo Soares Silva. Esta é a terceira vez que ele é preso pela Polícia Civil.

Segundo o delegado Tales Gomes, do Greco, Elinaldo foi preso por conta do mandado de prisão preventiva e flagrante de posse irregular de arma de fogo com numeração suprimida, receptação qualificada de bem público, uso de documento falso e falsificação de documento público.

Saiba como atuava dono de escritório de contabilidade

O delegado Ferdinando Martins, coordenador da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), explicou durante coletiva de imprensa como Elinaldo Soares atuava.

De acordo com o delegado, a investigação da Deccor teve início em 2020 e teve como objetivo identificar os CPFs e CNPJs falsos que foram criados pelo grupo criminoso.

“Nós aprofundamos os trabalhos para identificar CPFs e CNPJs de pessoas fakes criadas e usadas dolosamente por esse grupo, capitaneado pelo Elinaldo e dentro desse trabalho nós identificamos algumas empresas de fachadas e outras empresas verdadeiras para onde eram transferidos passivos”, explicou Ferdinando Martins.

Ainda segundo o delegado Ferdinando Martins, o patrimônio de uma empresa verdadeira com débitos era transferido para pessoas com CPF falso, a fim de que o grupo concluísse a engenharia criminosa, que envolvia a falsificação de documentos. “Por exemplo, uma determinada empresa era verdadeira, tinha débitos e o alvo principal transferia para pessoas fakes o patrimônio dessa empresa, inviabilizando cobrança bancária, cobrança da Receita Federal, Receita Estadual e isso permitiu a gente identificar mais CPFs, mais CNPJs e com a informação do COAF descobrimos que ele usava familiares e pessoas próximas para abrir empresas e movimentar quantias”, afirmou o delegado.

Elinaldo Soares foi preso outras vezes

Elinaldo Soares Silva foi preso pela primeira vez em abril de 2019, durante uma ação do Greco, quando foram apreendidos mais de 100 documentos falsos, uma arma, veículos, e uma quantia de R$ 4.000,00. Nas diligências, também foi apontado que o filho dele também fazia uso de documento falso.

Já em abril de 2022, Elinaldo Soares foi preso pela segunda vez, acusado de usar documentação falsa para obter registro de arma de fogo. A fraude foi descoberta por servidores do Instituto de Identificação do Estado do Piauí, que acionaram a Polícia Civil e foi iniciada a investigação contra o acusado.

Ele foi solto um dia depois, após audiência de custódia.

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