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Teresina - Piauí

Zonas sul e leste concentram maiores índices de abuso sexual de Teresina

Os dados da Semcaspi são referentes aos atendimentos dos conselhos tutelares de Teresina.

A Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), por meio da Gerência de Direitos Humanos (GDH), divulgou que de janeiro a junho deste ano, as zonas Sul e Leste registraram os maiores índices de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Nos últimos seis meses, 38 casos na zona Sul e 22 na zona Leste.

Os dados da GDH são referentes aos atendimentos dos conselhos tutelares de Teresina e apontam um total de 91 casos de abuso sexual, os territórios com menores índices são: Sudeste, com 14 casos registrados; e Centro/Norte, com 17 casos.

Foto: Divulgação/AscomOs dados da GDH apontam um total de 91 casos de abuso sexual
Os dados da GDH apontam um total de 91 casos de abuso sexual

De acordo com Allan Cavalcante, secretário da Semcaspi, houve um aumento nos registros de abuso sexual realizados, de janeiro a junho deste ano, em relação ao ano passado.

“Ano passado, com as medidas mais rigorosas da pandemia da Covid-19, mais pessoas ficaram em casa, intensificando o convívio familiar, foram registrados 70 casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Neste ano, quando as medidas mais rigorosas da pandemia foram liberadas, as pessoas saindo do trabalho remoto e as crianças voltando às aulas, os registros aumentaram para 90 casos. Isso não quer dizer que houve uma redução dos casos, mas sim das denúncias, ou seja, o crime acontecia, mas, por alguma situação não era denunciado. As zonas Sul e Leste são as que têm apresentado maiores índices e que merecem ações intensificadas de toda uma rede de proteção”, pontuou.

Allan Cavalcante garante que a Semcaspi tem reestruturado sua rede de proteção, seja na prevenção ao enfrentamento.

“A nossa maior preocupação é melhorar nossos serviços. Temos na prevenção, os centros de convivência, que possibilitam o fortalecimento de vínculos com a comunidade e a família; e no enfrentamento, os conselhos tutelares, que estão sendo reestruturados e reformados, seja na estrutura física do prédio, tecnológico e veículos para o atendimento de ocorrências”, ressaltou.

Violações acontecem no âmbito familiar

A conselheira Socorro Arraes, do IV Conselho Tutelar, da zona Leste, destaca que a maioria das ocorrências de violações contra crianças e adolescentes tem acontecido dentro do próprio lar, no âmbito familiar.

“É no espaço da família onde tem acontecido a maioria destas ocorrências. O que é lamentável porque no lugar de proteger, são os principais responsáveis pelas violações de direitos e violências sexuais. Infelizmente, a gente constata que o agressor tem sido alguém próximo da criança ou do adolescente, um amigo da família, um padrasto, o próprio pai, um irmão, um tio. O que constatamos é que o vínculo familiar está fragilizado e que, apesar de termos avançado na política geral de proteção, precisamos fortalecer toda a rede para que os órgãos envolvidos atuem de forma mais efetiva”, esclareceu.

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