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Teresina - Piauí

Mandante da morte do cabo Claudemir Sousa nunca foi julgado após 6 anos

O acusado, que é servidor da Infraero, conseguiu se transferir para trabalhar no Rio Grande do Norte.

Após mais de seis anos do assassinato do cabo Claudemir Sousa, que atuava no Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), da Polícia Militar do Piauí, Leonardo Ferreira Lima, apontado como o mandante do crime, permanece solto e nunca passou por julgamento pelo Júri Popular. O GP1 apurou, com exclusividade, que o acusado é servidor concursado da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e conseguiu se transferir para trabalhar no estado do Rio Grande do Norte.

Em 2018, Leonardo Ferreira Lima tinha conseguido autorização da Infraero para se transferir de Teresina para a cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Atualmente, por meio do portal da transparência do órgão federal, foi confirmado que o acusado de mandar matar o PM está trabalhando no Aeroporto Regional de Mossoró, no Rio Grande do Norte, no cargo de coordenador nível III, com um salário de R$ 5.274,59.

Foto: Divulgação/PC-PILeonardo Ferreira Lima, acusado de mandar matar o cabo Claudemir Sousa
Leonardo Ferreira Lima, acusado de mandar matar o cabo Claudemir Sousa

Pedido de prisão negado

Em fevereiro de 2018, o juiz Antônio Nollêto, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, decidiu negar o pedido do Ministério Público para prender Leonardo Ferreira Lima preventivamente e, desde então, o servidor segue solto e sem data marcada para seu julgamento. Somente Thais Monait Neris de Oliveira foi condenada a 19 anos e 30 dias de prisão pelo crime. Outros três acusados morreram e outros três ainda não foram julgados.

Motivação do crime

A investigação do caso, conduzida na época pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO), apontou que Leonardo foi o mandante e coautor intelectual do crime, tendo planejado toda a morte do cabo do Bope. O funcionário da Infraero entrou em contato com outros dois envolvidos no homicídio, que deram suporte para a execução.

Além dele, Maria Ocionira Barbosa de Sousa também foi apontada como coautora intelectual do crime. Durante as investigações, ficou constatado que ela era noiva da vítima e mantinha um relacionamento amoroso com Leonardo Ferreira Lima.

Foto: Facebook/Claudemir Sousa Claudemir Sousa
Claudemir Sousa

Ocionira mantinha um relacionamento amoroso e profissional com Leonardo e, de acordo com a Polícia Civil, o crime teve motivação afetiva e profissional, já que o acusado não gostava do relacionamento de Ocionira com o cabo, porque acreditava que Claudemir poderia atrapalhar um esquema de fraudes no INSS que os dois tinham.

Relembre o caso

O cabo Claudemir Sousa, lotado no Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar, foi morto com vários tiros no dia 6 de dezembro de 2016, na porta de uma academia na avenida principal do bairro Saci, zona sul de Teresina.

Em janeiro de 2017, o promotor Régis de Moraes Marinho denunciou oito acusados da morte do policial: Maria Ocionira Barbosa de Sousa (ex-diretora administrativa do Hospital Areolino de Abreu), Leonardo Ferreira Lima, Francisco Luan, Thaís Monait Neris de Oliveira, Igor Andrade Sousa, José Roberto Leal da Silva (taxista), Flávio Willame da Silva e Weslley Marlon Silva.

No dia 12 de junho de 2017, o juiz ouviu as testemunhas do caso. No dia 30 de junho, os acusados de envolvimento na morte do cabo Claudemir de Sousa mudaram o discurso e negaram que tinham feito parte do plano para acabar com a vida do oficial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Piauí.

Em janeiro de 2018, o juiz de direito Antônio Reis Nollêto, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, pronunciou todos os oito envolvidos no assassinato do cabo Claudemir Sousa e revogou as prisões dos acusados.

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