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Aracaju - Sergipe

Juiz dá acréscimo 'até empatar' e desclassifica Sergipe

O empate e classificação botafoguense geraram cenas lamentáveis no estádio Batistão, em Sergipe.

O slogan da Copa do Brasil enquanto competição “mais democrática” da Confederação Brasileira de Futebol – e também seu torneio mais lucrativo, já que os valores envolvidos para o campeão ultrapassam, por muito, a premiação do Campeonato Brasileiro – aparenta enfraquecer à medida em que o esporte não se profissionaliza conforme a demanda atual. Espaço para equipes consideradas “azaronas” buscarem no campo um resultado que as possibilite um outro tipo de vivência futebolística – a de poder fazer algo sem estar sempre com o alerta vermelho da falta de dinheiro ligado – ontem (2), este espaço pode ter sido tomado do Club Sportivo Sergipe diante do Botafogo.

O clube carioca, considerado um membro do “clube dos 12” grandes times do futebol brasileiro foi até o estádio Batistão buscar sua vaga na segunda fase da competição e viu um Sergipe, que tem uma campanha de duas vitórias, um empate e uma derrota na Copa do Nordeste, pressionar a equipe de Luís Castro até construir o placar em uma ótima cobrança de falta, batida da intermediária, um artigo raro no futebol. Mas o que poderia ser uma ótima história de “azarões” que vencem o time do eixo e além de tudo tem um respiro financeiro com a premiação paga pela CBF, que ali já somariam R$ 1.600.000,00 foi abafado. O árbitro do confronto, Bráulio da Silva Machado deu oito minutos de acréscimos e o jogo terminou assim que o Botafogo empatou, em uma cobrança de escanteio.

Foto: Reprodução/TwitterDida, goleiro do Sergipe após o empate em 1 a 1 com o Botafogo na Copa do Brasil 2023
Dida, goleiro do Sergipe após o empate em 1 a 1 com o Botafogo na Copa do Brasil 2023

Não coincidentemente, o empate garante aos times de melhor posicionamento no Ranking Nacional de Clubes da CBF uma vaga na etapa seguinte da competição. Com o apito final, cenas lamentáveis no gramado: dirigentes, membros do estafe da equipe da casa e atletas cercaram o trio de arbitragem, reivindicando aquilo que julgaram ter sido tirado deles. O presidente do clube, Ernan Sena, terminou com um corte no rosto após ser acertado pelo assistente. Após a partida e a desclassificação, Ronan, atleta do Sergipe foi entrevistado e com lágrimas nos olhos ressaltou a sensação.

“Todo mundo tem família. Desse lado aqui (do Sergipe) tem 30 trabalhadores que brigam pela sua família, mas futebol é isso. Agora vamos ver o que a CBF vai fazer sobre isso”, disse o atleta.

Até o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, que é torcedor botafoguense disse em entrevista que o que houve no estádio Batistão foi um “escândalo”.

“Espero que a Federação Sergipana de Futebol entre com uma representação na CBF. Eu sou torcedor do Botafogo e acredito que aqui hoje foi um roubo. Roubaram o futebol sergipano. É um escândalo. O Batistão estava bonito e não merecia isso, o Botafogo pela sua grandeza, não merecia passar dessa forma, não precisa disso. Foi feio, a Federação tem que se manifestar porque o que vimos hoje foi um escândalo”, relatou o chefe do Executivo sergipano.

Eliminado da competição nacional, o Sergipe volta suas atenções para a Copa do Nordeste, quando encara o Fluminense-PI, no domingo (5), às 16h, no mesmo Batistão.

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