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Esportes

A prática do jiu-jitsu e o aumento na autoconfiança das mulheres

Desde alunas e professora, a modalidade une o público feminino dento do tatame.

Sendo definido pelo equilíbrio e controle total do corpo, o jiu-jitsu é uma espécie de luta de combate que une tanto o físico, quanto o mental. Ainda que essa modalidade seja relacionada muitas vezes ao público masculino, é possível ver cada vez mais a presença das mulheres dentro do tatame. 

A presença feminina na prática do Jiu-Jitsu se tornou cada vez mais comum, desde alunas até as professoras, como é o caso de Yasmin Veiga. Yasmin é professora de jiu-jitsu para crianças e para mulheres, a sua relação com o esporte iniciou por uma necessidade após acontecimentos em sua vida pessoal. A partir daí, o seu crescimento na modalidade a transformou de aluna para professora. 

Foto: Alef Leão/GP1Treino de jiu-jitsu em turma voltada somente para as mulheres
Treino de jiu-jitsu em turma voltada somente para as mulheres

“Comecei o jiu-jitsu aos 22 anos, passei por alguns problemas pessoais e resolvi procurar alguma luta. Na época eu conheci o professor Marcelo Royller, que me acolheu muito bem, me apoiou, contei para ele o que tinha acontecido comigo, e me apoiou a começar a fazer jiu-jitsu. Quando eu peguei a faixa azul recebi o convite para ser instrutora dos kids, e comecei a dar aula junto com o professor Royller e mais um aluno - Jefferson. Chegou um momento em que ele teve que sair e ficamos só eu e o Jefferson responsáveis pela turma. Hoje eu estou com a faixa marrom, sendo responsável pela turma das crianças entre as faixas etárias de 09 a 12 anos”, contou a professora. 

Mesmo que no tatame seja pregado a igualdade entre os gêneros, ainda é possível ver que algumas alunas se sentem desconfortáveis em treinar com homens. Por isso, a professora Yasmin conta que surgiu a ideia de se formar uma turma voltada só para mulheres, com o intuito de deixar as alunas mais à vontade e confortáveis dentro das aulas. 

“Apesar daqui ser um ambiente bem igualitário, e o Royller sempre pregar pela igualdade entre homem e mulher, tinha algumas meninas que não gostavam de lutar com homens. Então, a partir daí tivemos a ideia de criar uma turma voltada só para mulheres, para não ter aquele contato, tem mulher que não gosta e se sente desconfortável com o contato masculino. Então começamos a formar um grupo, alunas fizeram matrículas, outras graduadas começaram a treinar com a gente e demos início a turma de mulheres. Isso tem cerca de dois meses e espero que dure mais tempo”, pontuou Yasmin.

A criação de uma turma exclusivamente feminina ajuda com que mais mulheres se interessem pela modalidade. Porém, para Ana Paula, aluna de jiu-jitsu, o esporte fez com que ela aprendesse a se impor mais e ganhar uma maior autoconfiança. Antes, ela conta que tinha um receio em ter contato com homens no esporte, mas que o jiu-jitsu a ajudou a lidar com o entrave.

“Quando eu entrei no jiu–jitsu tinha pouquíssimas mulheres, e ainda hoje é um ambiente 80% masculino. Então veio muito aquele baque, vai ter muitos homens e eu vou ter contato físico, mas eu diria que o jiu-jitsu me fez ter mais confiança, saber me impor mais. Às vezes a mulher se coloca muito para baixo, um cara diz isso ou aquilo, e você tem que entender que pode falar não, que pode se impor. E eu entendi isso no jiu-jitsu, porque aqui, mesmo que tenha homens e mulheres, a gente sabe que em alguns momentos a força não é igual, mas aqui a hierarquia é de faixa, não é de sexo. Aqui eu vou progredindo na faixa, vou ganhando o meu espaço. Então, tem uma pessoa com uma faixa abaixo da minha, e ele é homem, mas tem momentos que eu posso me impor e falar: Ei, para bem aí, afasta. É aquela hora que a mulher entende que não é uma questão de gênero, mas sim do que ela conquista. Então vamos criando essa ideia, vai se empoderando e entendo que podemos conquistar o nosso espaço, de acordo com o que a gente vai conquistando é que o barco toca”, finalizou Ana Paula.

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