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Associação de imprensa defende jornalista que comparou israelenses a ratos

O jornalista Breno Altman se tornou alvo do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) emitiu uma nota, no dia 30 dezembro, em defesa do jornalista Breno Altman, que está sendo investigado sob suspeita de fazer declarações antissemitas. Fundador e editor do site Opera Mundi, ele se tornou alvo do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal.

Em postagens nas redes sociais, Breno Altman faz sérias críticas ao estado de Israel, e chegou a comparar o exército israelense a ratos, relativizando os ataques do grupo terrorista Hamas.

Foto: ReproduçãoBreno Altman
Breno Altman

“Podemos não gostar do Hamas, discordando de suas políticas e métodos. Mas essa organização é parte decisiva da resistência palestina contra o Estados colonial de Israel. Relembrando o ditado chinês, neste momento não importa a cor dos gatos, desde que cacem ratos”, declarou Altman em publicação no X/Twitter.

Nota da ABI

Na nota, a ABI afirma que a abertura do inquérito policial contra Breno Altman, que é judeu, soa como um “evidente assédio a um jornalista crítico”. A entidade endossou as críticas do jornalista a Israel.

“Confundir as posições antissionistas de Altman – cidadão judeu – com crime de antissemitismo é fazer o jogo dos que defendem o genocídio que o governo de Israel comete na Palestina, ao provocar milhares de assassinatos, inclusive de inocentes crianças”, diz trecho da nota.

Leia na íntegra a nota da ABI:

A Associação Brasileira de Imprensa, por sua Comissão de Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos, manifesta publicamente sua surpresa com a informação de que o Ministério Público Federal determinou à Delegacia de Direitos Humanos e Defesa Institucional da Polícia Federal, da Superintendência Regional do DPF em São Paulo, a abertura de Inquérito Policial para investigar o jornalista Breno Altman, editor do site Opera Mundi.

Pelas informações veiculadas na manhã deste sábado no site Brasil 247 o inquérito é resultado de reclamação descabida da Confederação Israelita do Brasil, que de forma enviesada e conveniente rotula as críticas de Altman ao sionismo como antissemitismo.

A ABI lembra que a Constituição de 1988 garante a todo e qualquer cidadão a liberdade de expressão. Da mesma forma, respaldado nesse princípio constitucional, o Supremo Tribunal Federal tem garantido por inúmeras decisões a liberdade de imprensa, assegurando a todos os jornalistas o direito à crítica.

Confundir as posições antissionistas de Altman – cidadão judeu – com crime de antissemitismo é fazer o jogo dos que defendem o genocídio que o governo de Israel comete na Palestina, ao provocar milhares de assassinatos, inclusive de inocentes crianças.

Para a ABI essa investigação soa como evidente assédio a um jornalista crítico. Uma tentativa de calá-lo com ameaça de um processo criminal, o que é inconcebível no estado democrático de direito, que todos nós jornalistas sempre nos empenhamos em defender, notadamente nos últimos anos.

Nesse sentido, entende que o próprio MPF ou a Justiça Federal, respeitando o estado democrático de direito e a Constituição Cidadã, devem providenciar o trancamento desse inquérito.

Certos de que a democracia que saiu vitoriosa no 8 de janeiro de 2023 prevalecerá e será respeitada, a ABI aguarda providências dos responsáveis por tal situação para dar um fim à campanha intimidatória que Altman vem sofrendo.

Aproveitamos o ensejo para desejar a todos um próspero 2024, no qual a democracia, a liberdade de expressão e de imprensa prevaleçam.

Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 2023

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