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Economia e Negócios

Governo sobe projeção para o PIB e reduz estimativa de inflação

A estimativa para a expansão da atividade em 2022 passou de 2% para 2,70% neste ano de 2022.

O Ministério da Economia voltou a aumentar seu otimismo para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 e reduziu a estimativa para a inflação no ano. A pasta ainda manteve as premissas para atividade no próximo ano em um nível bem superior ao do mercado, assim como prevê um patamar menor para a inflação, divergindo dos números dos economistas consultados pelo Banco Central.

De acordo com a grade de parâmetros divulgada nesta quinta-feira, 15, pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a estimativa para a expansão da atividade em 2022 passou de 2% para 2,70%. A projeção anterior havia sido elevada no relatório de julho.

De acordo com o Boletim Macrofiscal, o aumento na projeção para a atividade econômica em 2022 se deve principalmente ao resultado do segundo trimestre do Produto Interno Bruto (PIB), superior ao estimado e à tendência positiva dos indicadores já divulgados para o terceiro semestre.

“O crescimento da atividade é reflexo do aumento do emprego, do desempenho do setor de serviços e da elevação da taxa de investimento”, afirmou o Ministério da Economia. O ministério manteve as estimativas de crescimento da economia de 2023, 2024, 2025 e 2026: todas em 2,50%.

O chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia, Rogério Boueri, afirmou que a estimativa maior para o crescimento econômico de 2022 decorre da pujança de mercado de trabalho, do setor de serviços e do aumento dos investimentos.

Segundo Boueri, a equipe econômica subestimou a atividade econômica nos últimos meses, assim como o mercado. “Não é correto afirmar que a Economia tem sido otimista, também subestimamos atividade”, disse.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Pedro Calhman, afirmou que o PIB tem surpreendido a todos, tanto ao mercado quanto o governo. Entretanto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem criticado a postura do mercado de subestimar as projeções para o Brasil desde 2020. Segundo ele, diversos analistas passarão o ano revisando para cima as projeções.

No último relatório Focus, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central estimaram uma alta de 2,39% para o PIB de 2022. Para 2023, a estimativa no Focus é de alta de apenas 0,50%. As estimativas de mercado para os anos de 2024 e 2025 estão em 1,80% e 2%, respectivamente.

Sobre uma possível recessão global em 2023, Boueri afirmou que não há consenso entre os economistas. “Não existe um consenso entre os analistas internacionais sobre uma recessão global em 2023. Obviamente, alguns analistas apostam nisso, mas a mediana de mercado não vê recessão internacional”, respondeu.

Já Calhman afirmou há pouco que o impacto máximo da alta de juros promovida pelo Banco Central sobre a atividade econômica ocorrerá no segundo semestre de 2022. Para 2023, ele estimou que esse impacto será reduzido, com menor efeito sobre o PIB do próximo ano.

“A projeção do mercado para curva de juros já está considera nas estimativas divulgadas. Conforme os estudos que fizemos com base nas defasagens da política monetária, que age com defasagem sobre a inflação e a atividade, a gente estima que o impacto máximo da política monetária acontecerá no segundo semestre desse ano. Para o ano que vem, conforme as expectativas do mercado de juros, o impacto será reduzido”, disse.

Inflação menor

O Ministério da Economia ainda revisou para baixo sua projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para a alta de preços neste ano recuou de 7,20% para 6,30%.

Para 2023, entretanto, a projeção seguiu em 4,50%, bem abaixo da projeção do mercado. “A partir de 2024, espera-se convergência da inflação (IPCA) para a meta de 3,00%”, avaliou a SPE.

No último relatório Focus, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central estimaram que o IPCA deve acumular alta de 6,40% em 2022 e de 5,17% em 2023.

Todas as projeções para a inflação em 2022 seguem bem acima do centro da meta deste ano, de 3,50%, que tem uma margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (de 2,00% a 5,00%). No caso de 2023, a meta é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (1,75% a 4,75%).

Boueri afirmou que a queda na projeção para a inflação de 2022 pode reduzir o espaço disponível para ampliar as despesas seguindo a regra do teto de gastos em 2023. Entretanto, ele declarou que a decisão de incorporar a projeção ao Orçamento do próximo ano depende do relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI).

O Ministério da Economia também atualizou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) - utilizado para a correção do salário mínimo. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para a alta do indicador neste ano caiu de 7,41% para 6,54%. Para 2023, a projeção continuou em 4,86%.

Segundo Boueri, a Secretaria de Política Econômica não atualizou os cálculos para estimar o teto de gastos e o salário mínimo de 2023. “Não fizemos novos cálculos para teto e salário mínimo de 2023. Obviamente, quando inflação é maior, o reajuste do salário mínimo tende a ser maior”, disse.

Já a estimativa da Economia para a alta do IGP-DI em 2022 passou de 11,51% para 9,44%. Para o próximo ano, a projeção continuou em 4,55%.

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