O promotor da 5ª Promotoria de Justiça de Parnaíba, Rômulo Cordão, que atua no caso envolvendo o assassinato do filho do dono das farmácias do Grupo Toureiro, Janes Cavalcante de Castro, denunciou à Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Piauí o juiz da Vara Única de Piracuruca, Stefan Oliveira Ladislau, em razão da demora na apreciação das diligências requeridas pelo Ministério Público do Piauí, “prejudicando a elucidação dos fatos” e a descoberta do mandante do crime.
No documento obtido pela Coluna, assinado em 28 de outubro de 2022, o representante do Ministério Público ressaltou ao corregedor-geral de Justiça, Fernando Lopes e Silva Neto, que desde que o juiz Stefan Oliveira Ladislau passou a atuar no caso, por conta das três suspeições dos juízes da 1ª e 2ª Vara Criminal da Comarca de Parnaíba, “o modo desarrazoado e inesperado” do magistrado vem “prejudicando a apuração de crimes gravíssimos”.
O promotor Rômulo Cordão ponderou na representação que, em razão de medidas cautelares sigilosas de interceptações telefônicas e telemáticas e afastamento dos sigilos de dados telefônicos, telemáticos, fiscais e bancários, deferidas no final do ano de 2021, surgiram informações importantes que poderão levar ao mandante do crime, o que motivou a necessidade de prorrogação das medidas, porém, o pedido para manutenção da quebra de sigilo foi indeferido, travando substancialmente a investigação da Polícia Civil.
“Atento à demora injustificada para análise da manifestação, este signatário, no dia 05 de julho de 2022, requereu urgência na apreciação, pois, embora tenha ciência da complexidade do caso, demoras injustificadas prejudicam, sobremaneira, a elucidação dos fatos e a descoberta da autoria intelectual. Há notícia de habeas data impetrado por um dos investigados que requereu, descabidamente, o acesso a informações sigilosas. Diante dessas demoras, este representante ministerial expediu o ofício nº 35.2022 a esta Corregedoria de Justiça, no dia 03 de agosto de 2022, tendo recebido resposta, via e-mail, que as devidas providências serão tomadas”, diz trecho da representação do Ministério Público a Corregedoria.
Ação conclusa para decisão
O primeiro processo que gerou a investigação do núcleo de executores da morte do filho do dono das farmácias do Grupo Toureiro, Janes Cavalcante de Castro, já está concluso para decisão do juiz Stefan Oliveira Ladislau há seis meses, sem pronúncia ou impronúncia dos investigados.
Família pede Justiça
Na última semana, familiares e amigos de Janes Castro iniciaram um movimento com a hashtag #justicaporjanes com vários outdoors espalhados no litoral do Piauí.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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